Você leu o título e pensou “Mas o que tem haver uma coisa com outra?”. Mas calma! Vem comigo que lá na frente as “peças” irão se conectar e tudo fará sentido.
Acompanhamos nos últimos dias o desenrolar da prisão do empresário Eike Batista. Mas não, o artigo não se refere a esse assunto.
Sempre ouvi falar de Eike Batista, mas nunca fui a fundo saber a historia de vida.
Lendo as matérias sobre a prisão, confesso que o fato de Eike ter que dividir uma cela sem regalias, por não ter formação superior, em um primeiro instante me surpreendeu.
Em contrapartida uma matéria da “Exame.com”, onde mostra a formação dos CEOs das 10 companhias mais lucrativas do Brasil, podemos concluir que geralmente um CEO teve uma ótima formação acadêmica.
Isso mexeu com meu subconsciente, tipo um déjà vu– sim, só coloquei acento porque pesquisei essa palavra no Google-. Então, lembrei de um artigo do Matheus Souza, sobre a padronização imposta pela sociedade.
O artigo trás em sua capa a imagem do clipe “Another Brick in the Wall” da banda Pink Floyd.
No clipe as crianças passam por um processo de homogeneização, onde devem pensar e agir de acordo com o que a sociedade considera “correto”. No final, os alunos caem em um moedor de carne, algo tipo “Viu? Depois de moldados, são apenas carne. São apenas tijolos para colocar na parede.”
Era como se fosse a última peça nesse quebra-cabeça.
Trabalho com contabilidade desde 2009 e uma das situações mais comuns que sempre me deparei, foi com pessoas demitidas ou funcionários cansadas de seus patrões, querendo abrir uma empresa.
Em regra geral, a cada 10 pessoas que queriam abrir uma empresa e empreender, posso dizer seguramente que 9 não tinham formação superior, masssss.....grande parte delas tinham uma grande experiência na área de atuação, experiência que nenhuma universidade no mundo oferece.
Então a pessoa resolvia abrir a empresa, assim sem mais nem menos, sem plano de negócios, sem conhecimento em gestão, só com experiência.
Quem é contador sabe do que estou falando:
“Fulano, mande os documentos, pelo amor de Deus!”
Nós contadores sempre trabalhamos com o principio da prudência, ou seja, estamos contando com a “desgraça”. Por conta disso, sempre ficava me questionando “Deus, esse cara é louco, como consegue trabalhar assim”.
Sim, sabemos que o empreendedor tem entre suas características: otimismo, autoconfiança, coragem para aceitar riscos, blá blá blá.
E na verdade, sabemos também que uma parte desses riscos estão relacionados pela falta de conhecimento das consequências.
Obviamente, a grande maioria dessas empresas “naufragavam”, mas algumas davam certo e mês a mês o faturamento começava a crescer.
Aí você que estudou, “bacharelou”, “doutorou”, fez um plano de negócios, viu que era um risco abrir sua empresa e virou um CLT, bate a cabeça na mesa: “COMO, COMO, COMOOOOOOO?”
A resposta é: Apenas faça@
Inicialmente fiquei com um pouco de receio de dizer que a maioria dos empreendedores brasileiros não tem formação. Até porque seria evidente, visto que grande parte da população não tem formação superior. Mas o Sebrae deu aquela força e mesmo que sejam dados até 2012, comprovaram o que eu já suspeitava: Apenas 14% do empreendedores tem nivel superior.
Agora, o que não tenho como comprovar, mas acredito fortemente, é que de certa forma a ausência de formação acadêmica na vida dos empreendedores tem uma forte relação com a desinibição para empreender.
Estudamos tanto leis, regras e somos ensinados desde crianças as consequências do que não é permitido, que nos esquecemos do mais importante, O QUE É PERMITIDO.
Eu virei, você virou e todos os dias mais pessoas viram tijolos, a questão é como você pode reverter isso. Seja mudar do emprego que você está insatisfeito ou empreender. Não importa, mas temos que sair dessa monotonia.
Não estou dizendo – escrevendo, ah sei lá - que o que apreendemos na escola e universidade está errado, que você não deve ter um nível superior se quiser empreender e nem para largar tudo e virar um “Badboy” do mundo dos negócios. Estou dizendo que precisamos parar de pensar um pouco no que pode dar errado e investir mais no que pode dar certo.
É mais ou menos assim: Você sabe como fazer? Tem um bom plano de ação? Tem coragem? Borá lá!