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Inadimplência é maior desde 2013 e juros de pessoa física batem recorde

Taxa de juros de pessoa física avançou para 64,8% ao ano em outubro. Inadimplência das pessoas físicas, por sua vez, subiu para 5,8%, diz BC.

27/11/2015 13:06

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Inadimplência é maior desde 2013 e juros de pessoa física batem recorde

Os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos para pessoas físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, registraram novo aumento em outubro deste ano e atingiram o maior patamar da série histórica do Banco Central, iniciada em março de 2011. Ao mesmo tempo, a inadimplência atingiu o nível mais alto em dois anos, segundo números divulgados nesta sexta-feira (27).

Em outubro, os juros bancários subiram 2,5 pontos percentuais, para 64,8% ao ano, contra 62,3% ao ano em setembro. Foi o décimo mês consecutivo de elevação na taxa de juros média das pessoas físicas. Em todo este ano, o aumento foi de 15,2 pontos percentuais, visto que a taxa estava em 49,6% ao ano no fim de 2014.

Inadimplência
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, subiu de 5,7% em setembro para 5,8% em outubro deste ano, o maior patamar desde outubro de 2013 (5,9% ao ano).

Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, subiu de 4,1% em agosto para 4,3% em outubro deste ano – o maior patamar da série histórica, que começa em março de 2011 para este indicador.

Considerando a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos livres, a taxa subiu de 4,9% em setembro para 5% em outubro deste ano – o maior patamar desde maio de 2013 (5,1% ao ano).

Juro bancário subiu mais que taxa básica
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia (Selic) , fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter a alta da inflação. A taxa subiu entre outubro do ano passado e outubro deste ano – avançando de 11% para 14,25% ao ano, uma alta de 3,25 pontos percentuais.

Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa. Em setembro do ano passado, antes que o BC voltasse a elevar a Selic, os juros bancários para pessoas físicas estavam em 49,2% ao ano, avançando para 64,8% ao ano em junho – um aumento de 15,6 pontos  percentuais, ou seja, quase cinco vezes a alta da taxa Selic.

Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).

Taxa de todas operações e de empresas
Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 46,2% ao ano em setembro para 47,9% ao ano em outubro deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.

A taxa das operações de pessoas jurídicas, com recursos livres, avançou 0,9 ponto percentual em outubro, para 30,2% ao ano. Com isso, também atingiu o patamar mais elevado da série histórica, que começa em março de 2011.

'Spread' bancário
Com o aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em outubro, houve aumento do chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes – no mês passado.

Em setembro, "spread" nas operações com pessoas físicas somava 47,2 pontos percentuais, avançando para 49,4 pontos em outubro. Deste modo, o spread continua em um patamar historicamente elevado. Na parcial deste ano, houve um forte aumento de 12,1 pontos percentuais.

O "spread" é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Fonte: G1

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