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Economia

Melhora de indicadores de confiança ainda não sinalizam retomada no País

Os indicadores de confiança empresariais e dos consumidores vêm avançando mês a mês, mas ainda não apontam para uma trajetória de crescimento da economia do País, tendo em vista que não há nenhuma agenda de crescimento sendo posta em prática.

06/09/2016 13:23

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Melhora de indicadores de confiança ainda não sinalizam retomada no País

"O aumento dos índices de credibilidade sinalizam mais uma esperança de que a economia irá parar de cair e um desejo de retomada do que um indicativo de que o empresário vai voltar a investir de fato", diz Osmar Visibelli, professor do curso de administração da Universidade Anhembi Morumbi.

Para ele, a melhora dos indicadores de confiança só irá apontar para uma tendência de expansão da economia quando medidas concretas na área econômica começarem a sair do papel. "Nenhum empresário em sã consciência investe sem ter um horizonte mais claro de para onde vai a economia", afirma. "Até agora o que vimos foi mais uma carta de intenção do que medidas concretas", acrescenta ele.

Marcelo Anache, da Faculdade Mackenzie Rio, avalia que não há uma agenda em crescimento sendo posta em prática que dê conta de reverter os indicadores de confiança em expansão sustentável do Produto Interno Bruto (PIB). "Na última década, optou-se por crescer por meio da demanda, do crédito. Esse paradigma foi quebrado. Mas para onde vamos agora? Vamos crescer via investimentos? Via comércio exterior? Isso não está claro na agenda de Michel Temer", destaca Anache.

O especialista do Mackenzie analisa ainda que as incertezas com relação à política não terminaram. "Há uma parte da sociedade que não vê legitimidade no Temer. Portanto, será que ele irá conseguir implementar as medidas de ajuste fiscal que ele quer?", observa Anache, ressaltando que uma reforma que toca em pontos sociais como a da Previdência, por exemplo, pode não ser bem recebida nesse cenário.

Recuperação

O Indicador de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) vem avançando mensalmente desde abril deste ano. Na passagem de julho para agosto, o indicador registrou elevação de 4,2 pontos para 51,5 pontos. O índice da Confederação Nacional Industrial (CNI) varia em um intervalo de 0 a 100, sendo que a pontuação abaixo de 50 significa falta de confiança dos empresários.

Já o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas teve expansão de 7,2 pontos, ao passar de 74,9 em julho, para 82,1 em agosto. Este foi o quarto aumento consecutivo do ICOM. Entre os indicadores que o integram, o Índice da Situação Atual (ISA-COM) subiu 5,9, para 67,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 8,2, alcançando 87,1 pontos. O intervalo da pontuação vai de 0 a 200, sendo que a pontuação abaixo de 100 representa falta de credibilidade.

A FGV também mensura a predisposição das pessoas para o gasto em seu Índice de Confiança do Consumidor (ICC). Este indicador também teve alta de julho para agosto, de 2,6, alcançando 79,3 pontos, o maior desde janeiro de 2015 (81,2 pontos).

Esta foi a quarta alta consecutiva do índice, a partir do mínimo histórico, de 64,4 pontos, registrado em abril passado. Segundo a FGV, a melhora do indicador partiu mais das expectativas com relação aos próximos seis meses do que com relação à percepção sobre a situação econômica atual.

Para Visibelli, este aspecto do avanço dos indicadores de confiança confirma que ainda não há nenhum sinal na economia real de expansão sustentável do PIB. Ele avalia, por outro lado, que os índices de credibilidade não devem registrar mais queda nos próximos meses, mas que as eleições municipais podem ser um fator de redução do ritmo de alta desses indicadores.

"O governo não vai propor medidas impopulares que possam prejudicar a eleição de seus candidatos às prefeituras e às câmaras de vereadores." Para Visibelli, se as medidas fiscais foram encaminhadas após as eleições em outubro, o crescimento dos indicadores de confiança pode começar a apontar para uma retomada concreta da economia.

Fonte: DCI

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