Para ele, o sistema de previdência complementar está estagnado. Por isso, a entidade apresentou um plano de fomento ao Congresso em setembro do ano passado para estancar o processo de desinvestimento das reservas do setor. A grande aposta, segundo Martins, é conseguir a adesão aos planos de previdência privada de 3 milhões de servidores públicos, que pela reforma proposta pelo governo deixarão de receber a aposentadoria integral.
Martins afirma que há ainda potencial de adesão de outras 3 milhões de pessoas que fazem parte da população economicamente ativa e de 500 mil funcionários que não aderiram aos planos de previdência privada oferecidos pelas empresas. Além disso, ele aposta na adesão do público jovem e de trabalhadores pessoas jurídicas, como gerentes e advogados.
Atualmente, segundo a Abrapp, há 2,5 milhões de pagantes, 700 mil aposentados e pensionistas e 3,9 milhões de dependentes, somando cerca de 7,1 milhões de pessoas dentro da previdência complementar no país.
Contribuição mínima
Além de aumentar o número de participantes, Martins defende que seja instituída uma contribuição mínima para o plano de previdência complementar, sem que seja necessário abdicar do regime de repartição simples, em que os mais jovens pagam pela aposentadoria dos mais velhos. “As pessoas estão envelhecendo mais e muito rápido. Assim, haveria um pilar de capitalização para compensar essa defasagem”, diz.
Em março, a entidade apresentará uma proposta que estabelece a adesão automática dos empregados no plano de previdência de privada das empresas, com a possibilidade de o funcionário não querer participar. “500 mil pessoas já poderiam estar protegidas com o patrocínio da empresa e não entraram na previdência complementar”, afirma.
Sobre o esgotamento das reservas do setor, Martins garante que quem está dentro da previdência complementar não ficará descoberto. “A Abrapp monitora os dados do setor e notou-se que o sistema não está crescendo. R$ 36 bilhões de benefícios estão sendo pagos, mas precisamos criar mais poupança de longo prazo para as novas gerações que vêm aí, e esse plano de fomento é justamente para isso”, diz.
Atualmente há 307 entidades fechadas de previdência complementar e dentro delas há 2.692 empresas patrocinadoras, que oferecem 1.105 planos de benefícios previdenciários no país. O total de ativos é de R$ 763 bilhões. A previdência complementar paga hoje R$ 36,5 bilhões em benefícios previdenciários.
Fonte: G1