Se o século 21 trouxe uma lição ao mundo corporativo, é de que as empresas precisam fazer muito mais do que apenas pensar em lucro. Além de prezar pela sua imagem frente aos seus clientes e consumidores, elas possuem um papel transformador fundamental em nossa sociedade, que é a responsabilidade por lapidá-lo e unificá-lo. Ou seja, fazer do mundo um lugar melhor! Isso inclui não somente as ações sociais e as questões ambientais, mas também a inclusão de pessoas com deficiência física no trabalho.
Atualmente existe toda uma legislação que "obriga" a empresa com mais de 100 funcionários a ter entre 2% e 5% do quadro de colaboradores sendo portador de alguma deficiência. Dentro desta legislação, que já existe desde 1989, existem inúmeros pormenores com referência a qualquer tipo de discriminação e talvez a empresa tenha que fazer alguma adaptação, dependendo do tipo da contratação. A legislação existe para que as empresas se comprometam em inserir este perfil de pessoa no mundo corporativo, porém esta atitude além de agregar valor, posicionamento e visibilidade à marca, traz melhoria para a imagem da empresa, conhecimento de exemplos de superação para os demais membros das equipes, além de fortalecer os propósitos e os valores da corporação.
Este tipo de assunto não deveria ser obrigatório, pois é um dever da empresa para com a comunidade a que está inserida. A inclusão social também deve ser uma preocupação para as empresas que desejam impactar a sociedade de forma positiva, além de ser um tema atual e discutido com frequência, independentemente do tipo de inclusão a ser realizada. O papel do empresário é o de propagar através das suas ações exemplo e motivação para que outros pares apoiem e repliquem as ações de inclusão em suas empresas.
Ou seja, a transformação, acima de tudo, acontece dentro de sua própria "casa", e não somente com ações de inclusão, mas principalmente pelo desenvolvimento das pessoas dentro da corporação, promovendo a sustentabilidade, inserindo-as como uma família e incentivando-as a participar ativamente das ações e dos propósitos. Ao contratar uma pessoa com deficiência física, ao promover a inclusão social e outros tantos benefícios, há um reflexo imediato e positivo, principalmente na avaliação dos seus próprios colaboradores, que são os reais promotores da sua marca lá fora, de forma clara, honesta e consistente.
A Lei de Cotas muitas vezes está rondada de falta de informação por parte dos gestores, que desconhecem as particularidades da deficiência. Em outras palavras, é preciso investir também em uma boa equipe e desmistificar estas ideias, oferecendo às pessoas aquilo que elas precisam, assim desenvolvendo um bom trabalho. Estas leis não são uma obrigação, mas sim, uma grande oportunidade de construir um ambiente mais diverso.
Robson Costa, CEO da Encanto