No Brasil, as micro e pequenas empresas já representam 99,1% do total dos negócios, segundo dados do Sebrae. É cada vez maior a presença de micro e pequenas empresas nos mais variados ramos de negócios.
As novas tecnologias estão cada vez mais acessíveis e, máquinas e equipamentos de grande porte foram sendo gradualmente substituídos por modelos mais compactos e baratos, permitindo a criação de negócios em áreas que até bem pouco tempo eram dominadas por grandes empresas.
Num universo tão grande de empresas, seria perfeitamente natural que a inadimplência dessa turma fosse enorme, não é mesmo? Ledo engando. O último levantamento efetuado pelo Serasa Experian constatou que a pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu 95,40% em 2012. Ou seja, a cada 1.000 pagamentos realizados aos seus credores 954 foram quitados à vista ou com atraso máximo de 7 dias.
Na área em que atuo (contábil) não é diferente. A maioria dos clientes é formada por micro e pequenas empresas e o índice de inadimplência deve ficar bem próximo à média nacional, sendo que os casos mais críticos são daquelas empresas que estão próximas da falência, ou dos casos em que demoramos um pouco a perceber que a empresa faz parte daqueles 5% restantes.
É claro que, individualmente, o índice de inadimplência de cada empresa está diretamente atrelado à análise de limite de crédito a ser oferecido ao cliente, como também à consulta aos serviços de proteção ao crédito. Ou seja, empresas do mesmo ramo podem conviver com índices de inadimplência totalmente diferentes, dependendo da forma com fazem a avaliação do crédito e aprovam o limite de compras.
Quem vende ou presta serviços às pequenas empresas tem outras vantagens, além da comprovada pontualidade nos pagamentos, como por exemplo:
- Melhores margens de lucros;
- Negociação mais ágil (diretamente com o dono do negócio);
- Maior fidelidade;
- Menos burocracia;
- Maior flexibilidade para solucionar pequenos problemas no pedido;
- Menor risco em caso de calote (vendas pulverizadas)
O objetivo deste artigo é somente demonstrar as vantagens de se negociar com pequenas empresas, sem menosprezar os muitos benefícios que um grande cliente pode trazer a um pequeno negócio: alavancando o crescimento de forma rápida e significativa.
Por outro lado, um grande cliente pode ser sinônimo de eterna preocupação, principalmente quando este representa uma fatia expressiva do faturamento de uma pequena empresa. Ou seja, em muitos casos, a perda de um grande cliente pode ser fatal para continuidade dos negócios, portanto, a prudência recomenda também a fixação de um limite, mas nesse caso, baseado na capacidade operacional e financeira da pequena empresa.