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As pirâmides da ilusão

As pirâmides financeiras sempre existiram e sempre retornam sob nova roupagem e cada vez mais sofisticadas, com um poder de atração cada vez mais hipnotizador.

22/08/2013 09:09

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As pirâmides da ilusão

Segundo definição encontrada no site Wikipédia: “pirâmide financeira, é um modelo comercial previsivelmente não sustentável que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas para o esquema, a níveis insustentáveis”. Este tipo de atividade é considerado crime contra a economia popular e está proibido no Brasil desde 1951 pela Lei 1.521.

O que tem chamado a atenção ultimamente, é o numero de empresas que estão sendo investigadas sob suspeita de praticar pirâmide financeira no Brasil (aproximadamente 31 empresas estão sob investigação).

Outro fator que também tem chamado a atenção é a criatividade na ocultação do esquema, atraindo dessa forma, uma legião de pessoas ávidas por enriquecer sem muito esforço.

Ouço falar de pirâmides desde criancinha, mas, na minha época, como ainda não existia a internet e nem tampouco as redes sociais, o “negócio” era no corpo a corpo mesmo, com várias reuniões motivacionais e na base do cheque pré-datado, mas não me lembro de nenhum outro período com a existência de tantas pirâmides atuando simultaneamente como acontece atualmente do Brasil.

Diante disso, fica evidente que a internet e as redes sociais colaboraram bastante com a disseminação e multiplicação desse tipo de “empreendimento”, que alguns denominam de “empreendedorismo sustentável”.

Usar o termo sustentável para o esquema de pirâmide financeira é, no mínimo, estranho, tendo em vista que o fluxo de renda depende quase que exclusivamente do ingresso de novos associados, ou seja, as últimas pessoas a entrar sempre serão as mais vulneráveis em caso de quebra do esquema.

Por outro lado, não tenho a intenção de julgar as pessoas que, de boa-fé, entraram nessa canoa furada, mesmo sabendo que muitas foram atraídas pela propaganda de dinheiro fácil. Muitas pessoas acreditam tanto no “negócio” que fazem campanha de apoio aos idealizadores que estão sob investigação, que foram os únicos que realmente enriqueceram com o esquema.

O fato é que as pirâmides financeiras sempre existiram e sempre retornam sob nova roupagem e cada vez mais sofisticadas, com um poder de atração cada vez mais hipnotizador, abusando dos depoimentos dos novos-ricos, que geralmente ostentam aquisições de carrões, lanchas e outros objetos de desejo da maioria das pessoas.

Para finalizar, se você receber alguma proposta desse tipo, recomendo que consulte alguém de sua confiança, que tenha algum conhecimento em administração ou contabilidade. Essa pessoa saberá analisar a situação baseada nos dados apresentados, livre da influência manipuladora das reuniões motivacionais. E, se você não tiver a quem recorrer, afaste-se de propostas que apresentem algumas das situações abaixo, encontradas também no site Wikipédia:

1)       Vendas efetuadas num tom exagerado (e algumas vezes incluem brindes e promoções).

2)       Pouca ou nenhuma informação dada sobre a empresa (a menos que se queira comprar os produtos e tornar-se um participante).

3)       Promessas vagamente enunciadas sobre rendimentos potencialmente ilimitados.

4)       Nenhum produto real ou um produto que é vendido por um preço ridiculamente acima do seu real valor de mercado. A descrição do produto feita pela empresa é bastante vaga.

5)       Fluxo de renda que depende prioritariamente da comissão recebida pelo recrutamento de novos associados ou produtos adquiridos para uso próprio, em vez de vendas para consumidores que não são participantes do esquema.

6)       A tendência de que só os inventores/primeiros associados tenham alguma renda real.

7)       Garantias de que é perfeitamente legal participar.

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