Para montar uma estratégica focada em sinergia é muito importante que a empresa saiba onde ela vai querer estar, onde ela vai querer chegar. Nesse sentido, a visão de futuro é a principal definição de alta administração da empresa em relação ao que ela quer para o seu futuro, no longo prazo.
Definir esse ponto de chegada de forma consciente não é das tarefas mais simples. A empresa precisa entender muito bem quais são as possibilidades de se chegar até ele, no prazo estipulado. Balancear o lado desafiador que a visão deve trazer para a organização com o lado factível de se atingi-la é uma arte, e poucos são os líderes que conseguem fazê-la bem.
Das lições aprendidas diante dessa busca, sabemos que o sucesso na definição do ponto de chegada, deve levar em consideração as perspectivas financeiras dos acionistas da empresa, ou seja, são listados os objetivos e os indicadores relacionados ao retorno financeiro da companhia. Devemos assim, considerar ainda as perspectivas de clientes / mercado, pois essa é formada pelo posicionamento da empresa em relação às necessidades dos diferentes mercados onde ela atua. Por último, deve considerar perspectivas de processos, pois essas tratam dos objetivos no qual a empresa deve ser excelente em cada atividade operacional.
Quero aqui destacar a perspectiva associada a processos, pois sabemos que atualmente, as corporações têm a necessidade e interesse de expor ao mercado acionário como elemento imprescindível para assegurar a ética da boa prática corporativa as suas perspectivas de crescimento e foco, bem como os seus resultados e dados contábeis contidos nos relatórios de divulgação dos informes contábeis.
Ë justamente nesse momento que surge a Governança Corporativa que ocupa cada vez mais espaço nas reuniões da alta administração e na qual, as corporações depositam cada vez mais confiança. É certo que os mecanismos de governança são partes necessárias e vitais do crescimento econômico e do funcionamento de um mercado de capitais estruturados, contudo, a boa governança corporativa tem um preço, ou seja, quanto maior a transparência, maior é o risco que se corre na divulgação, por exemplo, das fragilidades dos controles internos ou até mesmo do planejamento estratégico, tornando a corporação mais vulnerável a ataques e fraudes.
Uma das formas de minimizarmos essas vulnerabilidades são as metodologias de gestão aplicadas no ambiente corporativo e associadas às ferramentas sistêmicas que dimensionam, medem e avaliam não só o grau de risco existente, mas também, o quanto está sendo feito para blindar a empresa contra os ataques e fraudes.
Medir o índice de ética no ambiente corporativo através da metodologia de aplicação de questionários para todos os níveis da empresa, utilizar formulários de auto-avaliação de controles tratados pelos gestores, comitês de riscos, interagir totalmente com as áreas de auditoria interna e externa, controladoria e gestão de riscos, e principalmente elaborar um código de ética seriam algumas das formas de minimização dos riscos envolvidos e conseqüentemente fortalecimento do ambiente de controle e melhor atingimento das metas estabelecidas.
Douglas B Rodrigues
MBA - Contador, Administrador de Empresas, MBA Auditoria e Controladoria,
Professor Palestrante da Universidade Gama Filho e Instituto Brasileiro de
Mercado de Capitais, além de instrutor especialista em Gestão de Riscos
Corporativos e Auditoria de Processos.
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