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Sobre homens e livros

Seus filhos gostam de ler? Vocês compram livros para eles? Vamos falar neste artigos sobre a compra de livros para as crianças

02/05/2017 08:45

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Sobre homens e livros

Hoje pela manhã, passei pelo supermercado para comprar alguns itens que faltavam em minha dispensa e passei pela seção de livros do supermercado que, diga-se de passagem, estava recheada. Sempre que posso eu verifico na seção a existência de títulos novos e se existe algo que me interessa, já que ultimamente tenho me interessado muito por leituras que se relacionam ao trato com as finanças pois minha dissertação de mestrado será sobre o assunto e o momento é sempre propicio para que eu aprenda um pouco mais enquanto consumidora. Eu realmente encontrei um título novo e se trata de um livro escrito pela psiquiatra Ana Beatriz Barbosa intitulado Mentes Consumistas, através de meu intense interesse no assunto, resolvi adquirir um exemplar.

No momento em que eu me dirigia para o caixa a fim de encerrar minhas compras, vi que um menino de 11 anos, aproximadamente, se aproximou dos livros e, pegando um exemplar, levou-o até sua mãe pedindo que o comprasse para ele. Eu já estava distante, mas olhei para traz esperando que o pedido fosse concedido, mas, qual foi minha surpresa quando percebi o mesmo menino colocando o livro novamente no lugar e saindo sem nenhuma obra em suas mãos. Comentei com meu marido que achei o fato estranho, mas estranho mesmo é o que se seguiu. Provavelmente, ainda indignado em não ter o seu desejo atendido, o menino também se encaminhou ao caixa juntamente com sua mãe enquanto ela lhe falava com tom áspero que ele deveria mesmo é fazer a leitura da Gramática da Língua Portuguesa pois isso é que era leitura para pessoas que estão estudando e que vão trazer algum benefício para ele.

Amigos, fiquei em choque. Não desmereço, em momento algum os diversos exemplares que temos disponíveis que tratam da gramática, mas, impor a uma criança de 11 anos que se interesse apenas por esse assunto é surreal para mim que nunca, NUNCA, li uma página sequer da Gramática da Língua Portuguesa e, atualmente curso Mestrado em Educação. Não vamos tratar aqui do objeto, gramática. Mas sim, da restrição a essa leitura como sendo a única formativa eficiente para qualquer pessoa. Vi, ao presenciar a discussão que o problema não era o gasto com a possível aquisição de um livro ou o fato de o menino se desinteressar pela leitura, abandonando-o posteriormente. O problema é que, para essa mãe, o livro não é útil, para nada serve.

Eu sinceramente rezo a Deus todos os dias para que meus filhos se interessem pela leitura, assim como eu me interessei, pois, o hábito de ler me fez uma pessoa melhor e capaz de vencer todos os desafios que encontrei pelo caminho. Como minha mãe foi professora de ensino fundamental, eu sempre fui cercada por muitos livros coloridos e com histórias encantadoras em nossa casa. Ela os lia para mim e me mostrava as figuras que ilustravam minha imaginação de criança. Mais tarde eu conheci a Turma da Mônica de Maurício de Souza e, a partir daí realmente me apaixonei pela leitura e seus personagens, inclusive, aprendendo a ler com mais rapidez na escola para que eu pudesse ler as revistas sozinha, com autonomia e no momento em que eu desejasse. Os livros foram de suma importância para a minha formação e eu os trouxe para o meu dia a dia baseada em uma afirmativa que ouvia na escola que dizia que quem lê bem, escreve bem e também compreende com mais facilidade o que os outros escrevem também.

Desta forma, queridos pais, a leitura não deve ser impositiva ou restritiva. Não diga ao seu filho que leia apenas uma coisa, principalmente uma coisa tão técnica. Sempre existirá um momento certo, uma hora certa e também um lugar certo. Estamos passando por um momento de incertezas onde a tela de um computador se comunica melhor com os jovens que os próprios pais e o hábito de leitura por meio dos livros é realmente uma grande conquista visto que a maioria dos jovens encaram esse tipo de leitura como entediante. Eu desconheço um livro que não seja revisado e editado conforme a nossa gramática oficial, portanto, quando ele estiver lendo um livro, de certa forma, estará aprendendo sobre a forma correta de se escrever, talvez até com mais facilidade e leveza. Negar a um filho um livro é uma ação que deve ser evitada, extirpada, a menos que não existam condições financeiras para isso ou se o conteúdo do livro não for indicado para a idade, porque, assim, pode-se estar perdendo uma grande oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional no futuro. Conversem com seus filhos, descubram suas preferencias e incentivem sim, e muito o hábito da leitura, vocês podem pedir para que eles escrevam pequenos resumos sobre os livros e estarão exercitando seu poder de síntese como contrapartida ao presente oferecido. 

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