O nível de educação financeira da população brasileira é ainda baixo, inferência tal apresentada pelo grupo de trabalho instituído pela Deliberação Coremec n. 3/2007, baseada nas pesquisas realizadas pelo Instituto Data Popular.
Ressalta-se, que a educação financeira das mulheres além de recente, manteve-se estável nos períodos de 2013, 2014 e 2015, conforme apresentado no II Fórum de Cidadania Financeira – Indicador de Educação Financeira 2015.
Para entender o quão recente é a inserção das mulheres no contexto financeiro, segue abaixo alguns dos principais eventos ocorridos:
Em 1879 – o governo autoriza as mulheres a estudarem em instituições de ensino superior
Em 1932 – nova legislação eleitoral incluindo as mulheres ao direito de votar
Em 1951 – aprovada pela Organização Internacional do Trabalho a igualdade de remuneração entre trabalho masculino e feminino para a função igual
Em 1974 – aprovada a lei de igualdade de oportunidades de crédito
Em consonância com esta cronologia, estão os dados apresentados pelo Serasa Consumidor, que através de um estudo sobre o comportamento financeiro da mulher, chegou à conclusão que apesar das mulheres terem uma renda média menor que a dos homens, elas comprometem menos a renda com dívidas e são menos inadimplentes. Observando de forma um pouco mais detalhada, temos que a mulher utiliza mais o cartão de crédito do que os homens, e nas demais operações de crédito e financiamento os homens são maioria. Ora, salto aos olhos o quão recente é o acesso da mulher às operações de crédito o qual teve início em 1974 através do cartão de crédito.
Considerando, ainda, que o tripé da educação financeira é composto por: atitude, conhecimento e comportamento, ao fazermos uma correlação entre a cronologia e os dados de pesquisa e conclusões apresentados pelo Serasa Consumidor, quando observamos os indicadores de Educação Financeira 2015 apresentado no II Fórum de Cidadania Financeira:
EDUCAÇÃO FINANCEIRA POR GÊNERO | ||||||
H-2013 | H-2014 | H-2015 | M-2013 | M-2014 | M-2015 | |
Atitude | 6,4 | 6,3 | 6,4 | 6,2 | 6,3 | 6,2 |
Conhecimento | 7,7 | 7,5 | 7,8 | 7,3 | 7,3 | 7,5 |
Comportamento | 5,7 | 5,6 | 5,5 | 5,7 | 5,6 | 5,4 |
Educação Financeira | 6,4 | 6,3 | 6,3 | 6,2 | 6,2 | 6,2 |
Podemos inferir que, a mulher intuitivamente já demonstra atitudes e comportamentos mais desenvolvidos que os homens, apesar de se manterem em níveis menores de conhecimentos sobre economia e finanças.
Observa-se, portanto, que a mulher precisa aprimorar os conhecimentos para, assim, otimizar a utilização das ferramentas econômico-financeiras.
Considerando que estamos na Era do Conhecimento, cujo desafio é provocar as pessoas à reflexão e busca de novas alternativas, a divulgação de conceitos e conhecimento sobre economia e finanças empodera a mulher a gerir seu próprio negócio, identificar oportunidades antes não vistas, estabelecer relacionamentos de interdependência, e assumir, assim, um novo papel na sociedade e se tornar mais competitiva no âmbito de adquiri competências, podendo, assim, organizar as finanças domésticas, planejar e controlar os compromissos, estabelecer metas financeiras, poupar e investir de forma mais efetiva. E por fim, trazendo o sentimento de inserção plena nas questões econômico-financeiras.