x

ARTIGO DE ECONOMIA

É o fim da simbiose entre Estados Unidos e China

Neste artigo, o especialista comenta sobre o fim da interação entre as potências econômicas globais.

28/12/2023 13:30

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
É o fim da simbiose entre EUA e China

É o fim da simbiose entre Estados Unidos e China Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels

Como é do conhecimento de todos, atualmente, um grande choque entre duas superpotências globais está transformando as geopolíticas mundiais. Após a queda da União Soviética, em 1989, a expectativa era de um mundo pacífico e sem confrontos. Infelizmente, essa percepção mudou com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001. 

À época, o país asiático desempenhava um papel conveniente para o Ocidente, exportando vastos volumes de produtos, principalmente para os Estados Unidos. 

Essa conjuntura permitiu uma política monetária estadunidense mais flexível, sem gerar inflação relevante. Assim, trilhões de dólares injetados na economia foram absorvidos por uma expansão monumental das fronteiras de produção mundial a custos muito baixos.

Simultaneamente, a China, para equilibrar o colossal déficit comercial norte-americano, tornou-se um grande comprador de produtos financeiros do país ocidental, tanto do governo quanto do setor privado. Esse arranjo momentâneo resultou na acumulação, pelos Estados Unidos, da maior reserva internacional do mundo. No entanto, toda essa dinâmica começou a mudar, especialmente após a invasão russa na Ucrânia. 

O bloqueio dos treasuries em posse dos russos como punição instigou a China a uma massiva venda desses títulos, evidenciando a vulnerabilidade da sua posição diante do governo norte-americano. Essa reação ilustra o rompimento do vínculo que caracterizava as relações entre as duas potências, como mencionado anteriormente. 

O governo de Xi Jinping, mais socialista e menos aberto, encontra um Ocidente receoso do poderio chinês, buscando conter o avanço do gigante asiático em diversas frentes.

E esse desentendimento entre essas potências parece ser duradouro. Apesar de reuniões entre líderes, o cenário indica uma intensificação das hostilidades, tanto em termos econômicos quanto militares. 

Aqui, vale ressaltar que essa batalha não é exclusivamente estadunidense; muitos países democráticos do Oriente também estão engajados em conter a expansão chinesa. O Quad (do inglês Quadrilateral Security Dialogue), uma aliança composta por Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia, exemplifica esse realinhamento estratégico. 

O novo século delineia um mundo dividido, com cadeias produtivas mais fragmentadas e custos mais elevados, marcando um novo paradigma global.

Leia mais sobre

O artigo enviado pelo autor, devidamente assinado, não reflete, necessariamente, a opinião institucional do Portal Contábeis.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.