Foto: Dziana Hasanbekava/Pexels Todos nós somos camelôs. Todos nós vendemos imagem, informação, produtos e serviços. Um analista que vende investimentos é chamado pomposamente de “sell side”. Na verdade, um camelô financeiro (não há desonra alguma em ser um camelô, ainda mais com um estrangeirismo tão sofisticado). Imagine você falar: Eu sou um “sell side” (sem dúvida, a impressão é das melhores).
Todas as empresas estão sujeitas ao que acontece na macroeconomia, às regras do mercado onde estão inseridas e às decisões que tomam sobre estratégias e diretrizes básicas de seu negócio. As peças contábeis são o “espelho” disso e seguem leis ordinárias do direito societário, tributário, fiscal etc, leis complementares, normas brasileiras de contabilidade, resoluções, circulares etc dos órgãos reguladores e fiscalizadores.
O que compradores e vendedores fazem com as informações obtidas via peças contábeis e outras fontes, dependerá da forma de interpretar, dos seus anseios, das suas intenções para, se for o caso, “dourar” o produto. Exatamente como qualquer camelô faria (novamente, sem desonra alguma ao camelô). Nenhum profissional de RI tem “liberdade poética”. Eles vão explorar pontos fortes do “agora” e pontos fortes do “depois”. Mas existirão sempre pontos fracos não explorados. É assim em qualquer lugar do mundo. Mude a taxa de desconto e pronto, o custo médio ponderado, será maior ou menor. Veja o exemplo recente da Nvídia (a quarta empresa em valor do planeta Terra), após o 4º trimestre fiscal, em janeiro nos EUA, um incremento de 769% em relação ao trimestre anterior. Um prato cheio para os vendedores e compradores de “recomendações”.
“Ah! Deu um baita lucro, mas não tem Caixa” ou “Ah! deu um baita prejuízo, mas está com o Caixa abarrotado.” Isso é perfeitamente legal e também possível de ocorrer em qualquer empresa e o leigo em Contabilidade precisa apenas de explicação sobre o porquê desta condição ser possível ocorrer e estar ocorrendo. Vendedores e compradores explorarão o que é bom para os seus respectivos lados. Desde que o mundo é mundo compradores querem pagar o menor preço e vendedores receberem o maior preço.
