Março é um mês marcado por uma celebração importante: o mês das mulheres. É um período dedicado a reconhecer as conquistas, a luta e a resiliência das mulheres diversas em todo o mundo.
É essencial destacar que nós mulheres não somos um grupo homogêneo. A luta deve considerar sempre as interseccionalidades. Somos diversas em relação a identidades de gênero, raças, etnias, origem e condições.
Neste artigo, vamos refletir sobre a multiplicidade de experiências de todas nós, mulheres diversas, mulheres transgêneras, mulheres cisgêneras, travestis, negras, brancas, amarelas, indígenas e com deficiência, e como todas nós contribuímos para a riqueza no nosso movimento, que deve valorizar a diversidade de feminilidades e mulheridades, que existem e são válidas.
As mulheres cisgêneras, cuja identidade de gênero coincide com o gênero atribuído no nascimento, têm desempenhado um papel fundamental na história das lutas pelos direitos das mulheres, lutando por igualdade salarial, direitos reprodutivos e de participação política. No entanto, é importante reconhecer que as experiências das mulheres cisgêneras podem variar significativamente com base em sua raça, etnia e condição socioeconômica.
Nós mulheres transgêneras e travestis enfrentamos desafios únicos devido à transfobia e à violência de gênero que nos atravessam em vários países, principalmente no Brasil, país que mais assassina e suicida pessoas trans e travestis em todo mundo pelo décimo quinto ano consecutivo. No entanto, resistimos e existimos. É essencial criarmos espaços inclusivos e seguros para todas nós, mulheres trans e travestis, onde possamos viver autenticamente e termos acesso a oportunidades, de forma justa e igualitária.
As mulheres negras têm sido pioneiras na luta contra o racismo e o sexismo, enfrentam discriminações de forma interseccional na sociedade, e desempenham um papel vital na promoção da justiça social e na construção de comunidades mais inclusivas. É imprescindível reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres negras em todas as áreas da sociedade.
As mulheres de diferentes etnias e origens têm perspectivas únicas para oferecer. Elas trazem consigo uma riqueza de tradições culturais e conhecimentos ancestrais que enriquecem nossa compreensão do mundo. Ao celebrar o mês das mulheres, é importante honrar e reconhecer a diversidade étnica e cultural das mulheres em todo o mundo.
As mulheres com deficiência enfrentam múltiplas barreiras, tanto devido ao sexismo quanto ao capacitismo, de modo interseccional. Elas lutam por acessibilidade, igualdade de oportunidades e representação na sociedade. É fundamental garantir que suas vozes sejam ouvidas e que tenham acesso a recursos e apoio para alcançar seus potenciais.
À medida que celebramos o mês das mulheres, é imperativo reconhecer a diversidade de experiências e identidades dentro da comunidade feminina. Devemos nos esforçar para criar um mundo onde todas nós, mulheres diversas possam ser valorizadas, respeitadas e capacitadas para vivermos nossas vidas autenticamente. Somente através da solidariedade, sororidade e do reconhecimento mútuo podemos verdadeiramente avançar em direção à igualdade de gênero e à justiça para todas as mulheres.
Um salve para todas nós, mulheres diversas!