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ARTIGO DE ECONOMIA

Boas notícias do front da inflação

Neste artigo, o especialista comenta sobre a queda nos preços de alimentos e bebidas com base nos últimos dados divulgados.

12/04/2024 13:30

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Boas notícias do front da inflação

Boas notícias do front da inflação

O mercado tem especulado sobre os limites dos cortes de juros do Banco Central (Bacen) neste ciclo de flexibilização — uma informação muito importante para as empresas que lidam com crédito, seja para investimentos, seja para aumento das vendas. A apreensão recente estava centrada na divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Os dados divulgados revelaram uma alta de 0,16%, fato bem recebido pelo mercado, representando uma queda em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o indicador registrou expansão de 0,71%. Nos últimos 12 meses, a inflação se situa em 3,9%, enquanto no ano alcança 1,42%

Felizmente, houve queda nos preços de alimentos e bebidas, que, embora ainda elevados, chegaram a 0,53%. Esse alívio é especialmente perceptível na alimentação em domicílio, que passou de 1,12%, em fevereiro, para 0,59%, em março. Já os alimentos fora do domicílio sofreram queda menos expressiva — de 0,49% para 0,35%. O grupo de transportes também apontou queda substancial, com deflação de 0,33%, impactando negativamente o índice geral em 0,07 pontos percentuais (p.p.).

Entretanto, a grande notícia para o Bacen foi a redução do grupo de serviços em geral, que apresentou alta de apenas 0,10%, revertendo o aumento de 1,06% observado em fevereiro. Esse dado é relevante, dado o contexto de preocupação da autoridade monetária quanto à relação entre a melhoria do mercado de trabalho e os preços dos serviços, especialmente os intensivos em mão de obra. Além disso, o índice de difusão, que reflete o percentual de produtos que encareceram, continua em queda: após apontar 0,65, em janeiro, e 0,56, em fevereiro, estabilizou-se em 0,55, em março, indicando ausência de pressões generalizadas nos preços, principalmente em razão dos salários.

De acordo com a XP, o core médio, que exclui produtos com preços mais voláteis e é considerável para avaliar a temperatura da demanda, também revelou um crescimento bastante moderado (0,16%). Os números de março foram muito positivos, mostrando estabilidade em quase todos os grupos e uma redução na alta dos preços dos alimentos, o principal vilão no início do ano. Os números dos serviços e o core (bons indicativos de aquecimento da demanda) também destacam uma situação sob controle. Apesar das ressalvas quanto à volatilidade dos resultados e da necessidade se monitorar a conjuntura de perto — especialmente o cenário fiscal —, o Bacen obteve folga notável para continuar com a sequência de cortes de juros.

O panorama é positivo para os empresários, mas ainda demanda cautela para que os bons números se consolidem nos próximos meses e seja possível se planejarem investimentos mais robustos a longo prazo. No entanto, é inegável que o humor do mercado deve melhorar, embora persistam dúvidas quanto ao fiscal.

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