x

ARTIGO DE ECONOMIA

Alívio na inflação dos Estados Unidos é boa notícia para o Brasil

Neste artigo, o especialista comenta sobre os últimos dados da economia dos Estados Unidos e como está o cenário brasileiro seguindo a mesma perspectiva.

24/05/2024 13:30

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Alívio na inflação dos Estados Unidos é boa notícia para o Brasil

Alívio na inflação dos Estados Unidos é boa notícia para o Brasil

Após semanas de tensão com a inflação, os últimos dados econômicos dos países desenvolvidos trouxeram alívio ao cenário da política monetária. Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) apontou uma alta de 0,3% em relação ao mês anterior, abaixo da expectativa de 0,4%. 

O núcleo do CPI, que exclui os preços mais voláteis e reflete melhor a demanda, subiu 0,3%, conforme o esperado. Anualmente, esses números ficaram em 3,4% e 3,6%, respectivamente.

O mercado recebeu bem esse resultado, ainda que não o encare como uma solução definitiva. Diretores do Federal Reserve (FED), que discursaram logo depois da divulgação dos dados, enfatizaram que, apesar da redução da tensão, os níveis ainda estão altos demais para considerar um decréscimo das taxas de juros dos Fed Funds. 

Os números do seguro-desemprego e das vendas no varejo também sustentaram a visão de que “pior já passou”, embora a saída para a contenção inflacionária ainda esteja distante. Assim, a discussão se concentra em saber se haverá queda de juros dos Estados Unidos neste ano ou se a flexibilização monetária será adiada para 2025.

No Brasil, esses números mudam pouco a conjuntura, que se mantém pressionada pela dificuldade de ajuste fiscal e pelos juros ainda historicamente altos da economia estadunidense. Contudo, mitigam a possibilidade, catastrófica para nós, de um potencial alta nos juros daquele país. Após o corte modesto realizado pelo Copom neste mês, a situação já indica o fim da flexibilização. 

Ainda assim, é importante lembrar aos empresários que esses cortes já implementados pelo Banco Central (Bacen) ainda não surtiram efeito completo. A teoria econômica sugere que cada corte leva de seis a nove meses para apresentar algum impacto, ou seja, quase todo o ciclo de baixa ainda deve produzir resultados, aquecendo as vendas a prazo.

Por outro lado, é fundamental destacar que o ciclo de queda deve ser menos duradouro do que se imaginava. Além disso, os juros dos Estados Unidos também devem permanecer altos por algum tempo. Portanto, todo esse panorama pode melhorar no curto prazo, mas isso não deve se sustentar por muito tempo. 

Dessa forma, é essencial manter os negócios, evitando desinvestimentos e, se possível, aumentando um pouco os investimentos, mas com cautela. Não há previsão de caos em breve, mas a pressão da política fiscal pode frear um crescimento de longo prazo, inviabilizando expectativas de grande expansão. 

Portanto, o quadro é de manutenção dos negócios, sempre buscando inovação e novos nichos, mas sem excessiva alavancagem financeira, promovendo ampliação cautelosa e segura.

Leia mais sobre

O artigo enviado pelo autor, devidamente assinado, não reflete, necessariamente, a opinião institucional do Portal Contábeis.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.