A contabilidade historicamente é visualizada como uma área masculina, do homem para o homem, cisgênero, branco e sem deficiência. Contudo, estudos da diversidade na contabilidade apresentam as vivências e existências de pessoas diversas na profissão contábil e em cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis, contribuindo para a desconstrução de estereótipos excludentes, presentes na área.
No dia 25 de julho, as pesquisadoras Mestra Lais Barbosa Vieira, Mestra Janaina da Silva Ramos, doutorandas em Ciências Contábeis e Doutora Juh Círico receberam o prêmio de melhor artigo científico na área de diversidade nas organizações, apresentado no 24º USP International Conference on Accounting que ocorreu entre 24 e 26 de julho na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP), em um dos maiores eventos de contabilidade do mundo.
O artigo intitulado “Identidades femininas em resistência na pós-graduação em Ciências Contábeis: uma trietnografia reflexiva e interseccional” apresenta registros das vivências de mulheres diversas no curso de doutorado em contabilidade no Brasil, bem como, denúncias sobre preconceitos, discriminações e assédios sofridos por elas na universidade e que foram praticados por homens cisgêneros, discentes e professores de contabilidade.
O estudo contribui com a literatura de gênero e interseccionalidade na contabilidade, assim como, por meio de implicações práticas para os ambientes acadêmicos e empresariais da contabilidade brasileira, ao sinalizar demandas urgentes para a discussão sobre violências presentes dentro desses ambientes, sugerindo a implementação de comissões de diversidade para a inclusão de mulheres cisgêneros, mulheres transgêneros e travestis, negras, brancas e amarelas, com e sem deficiência na profissão contábil e nos cursos de graduação, mestrado e doutorado em Ciências Contábeis.
É necessário que os ambientes da contabilidade brasileira estabeleçam políticas para o combate de preconceitos e discriminações que são praticados na área contábil. Para que pessoas diversas acessem e permaneçam se sentindo pertencentes a contabilidade, é preciso haver políticas e ações inclusivas, empresariais e institucionais, que sejam efetivas e contribuam por uma contabilidade mais humana, respeitosa e inclusiva.
