O cenário econômico mundial, para 2025, promete ser desafiador, marcado por indefinições em economias avançadas e emergentes. Por isso, o acompanhamento atento das políticas econômicas será primordial para delinear um panorama mais claro.
Nos Estados Unidos, a principal incógnita é se o governo Trump seguirá as promessas do candidato Trump, destacando-se o “Make America great again”, que visa reindustrializar o país ao trazer processos produtivos para o território estadunidense. No entanto, essa estratégia tem custos elevados, refletidos em mão de obra e insumos mais caros, que impactarão os preços ao consumidor.
A intenção de aumentar tarifas de importação, também prometida, pode agravar a inflação, já problemática. Caso isso se concretize, o Federal Reserve (FED) terá de elevar ainda mais os juros, atraindo capital e dificultando o controle da inflação em mercados como o brasileiro, no qual a desvalorização do real seria uma consequência provável.
Do outro lado do mundo, a China, por sua vez, enfrentará dificuldades para atingir a meta de crescimento de 5%. Programas de estímulo recentes geraram expectativas, mas uma análise mais profunda revela que o foco principal foi evitar crises financeiras, alocando recursos em ajustes locais e no mercado de ações, e não no consumo interno. A dependência do setor imobiliário, que sofre forte retração, vem enfraquecendo o poder de compra dos consumidores, gerando excedentes exportáveis que podem intensificar conflitos comerciais com os Estados Unidos.
Já a Europa continua em posição vulnerável, afetada pela polarização entre norte-americanos e chineses e pela estagnação econômica da zona do euro. Sem perspectivas de impulsos notáveis, a região segue lidando com os próprios desafios estruturais. Adicionalmente, as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia têm potencial de escalada, alimentando incertezas nos mercados de commodities e contribuindo para a instabilidade mundial.
Em suma, o panorama de 2025 desenha-se mais adverso do que o de 2024. Governos precisarão adotar medidas internas resistentes para reduzir ameaças e evitar crises de confiança que possam levar a grandes fluxos de fuga de capital. E economias que não se ajustarem correrão o risco de amargar sérios prejuízos.