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COMPLIANCE

Assédio: ferramentas de compliance podem mitigar esse tipo de risco

Leia neste artigo um debate sobre como o compliance pode auxiliar na questão do assédio.

17/03/2022 18:00

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Assédio: ferramentas de compliance podem mitigar esse tipo de risco

Assédio: ferramentas de compliance podem mitigar esse tipo de risco Pixabay

Esta pergunta pode ser direcionada a qualquer público: Diretores, professores, alunos e pais. E, além de poder ser endereçada, ela deve ser motivo de preocupação e atenção de todos, sem fazer distinção de sexo, faixa etária nem classe social.

O assunto é bem debatido, principalmente quando se explode algum caso e, geralmente, causa nas pessoas indignação e repulsa. Mas, e a PREVENÇÃO? Essa é a pergunta! 

No interior de São Paulo esta semana, uma escola Estadual viveu esse triste episódio de assédio sexual: um professor foi acusado de assédio por alunos do 3° ano do ensino médio e iniciou-se uma apuração preliminar enquanto o professor se mantém afastado do colégio, segundo informações da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Embora triste, esse tema não é novo. Em muitos casos vimos os assediadores punidos e, em outros tantos, assistimos injustiças sendo cometidas por falsas denúncias e motivadas por uma série de fatores (fatores estes, que não é o caso de enfrentamento neste artigo).

No entanto, o que pouco se ouve são maneiras de prevenção de tais episódios. Como buscar identificação de situações como essa diretamente na origem? Como orientar pessoas dos sinais que podem estar sendo ultrapassados? Sinais, inclusive, que podem dar ensejo a descobertas precoces, e assim evitar situações mais graves.

O fato é que, uma pessoa que sofre esse um assédio, muitas vezes se sente culpada e por isso demora ou, ainda, nem toma nenhuma providência.Precisamos falar sobre assédio!

Quero propor algumas ferramentas de Compliance que podem ser extremamente eficazes para mitigar esse tipo de risco:

Código de ética e conduta

Inicialmente, embora existam regras sociais e tácitas de relacionamentos interpessoais, mesmo que óbvias, DEVEM ser ditas e escritas! Ainda mais quando se tratam de condutas esperadas dentro de um ambiente profissional.

As pessoas carregam crenças e valores que nunca são 100% iguais. Cultura, educação, classe social, entre outros fatores, fazem com que nossas atitudes tendam a diferentes realidades de mesmos fatos. Assim, o que pode “ser normal” para alguns, pode ser completamente “avesso” a outros.

Daí a importância de se buscar codificar, ou seja, regrar comportamentos esperados dentro de um ambiente profissional através de um Código de Ética e Conduta.

Neste documento fica claro o que pode e o que é proibido. Nesse sentido, os limites ficam mais claros e assim, mais fácil de serem compreendidos caso alguém os descumpra.

Treinamento

Ter um instrumento formalizado com as condutas esperadas pelas pessoas vira uma letra morta se os assuntos ali contidos não forem disseminados. As pessoas precisam entender e, acima de tudo, assimilar as regras que devem ser seguidas no ambiente que elas trabalham ou estudam.

No caso em que estamos discutindo, os professores devem estar cientes dos limites das relações para com os alunos e os alunos também devem ter esse conhecimento. Não só para que possam se defender, mas também para saber a conduta exigida por ambas as partes nos tratos interpessoais.

Treinar e frequentemente comunicar a todos o que se espera dentro daquele ambiente é uma parte importante e essencial para que situações de assédio possam ser evitadas.

Canal de denúncia

Ainda, apesar de envidados esforços dentro dos ambientes profissionais, conforme os tratados acima, que visam evitar episódios de assédio, podem, por si só, não serem garantias de sucesso, e assim, é necessário dar voz aos que sofreram e aos que percebam que os limites foram ultrapassados de se manifestarem.

Ter um canal direto que leve esse assunto a conhecimento de instâncias superiores é fundamental para defesa de eventuais abusos, como também garantia de que as pessoas possam ter acolhida.

Um acesso como este, que na maioria das vezes se chama de Canal de Denúncia, passa por alguns requisitos para ser efetivo, como por exemplo, ter a possibilidade de ser anônimo, ser de fácil acessibilidade e de fato ter ações efetivas de investigação sobre os fatos.

E por fim, esse meio precisa ser frequentemente disseminado para que as pessoas saibam de sua existência e de como usar caso precisem. Só assim se torna efetivo.

Culura

No final do dia o que se espera é ser criada uma cultura forte e positiva, de respeito dentro das empresas. Esse desafio de impregnar uma cultura é algo que deve ser diário.

A criatividade aqui é um dos fatores determinantes para que a cultura seja seguida. Ações criativas que ao mesmo tempo informem e conscientizem são fundamentais neste processo.

Além disso, é importante que existam previsões de sansões aos descumprimentos das regras propostas e, caso aconteçam, sejam levadas a punições dos envolvidos.

A condescendência aqui é um veneno que mata a cultura e dissemina a sensação de impunidade, que unidas vão deixar brecha para que fatos tendam a se repetir.

Os pais

Esse tema, como dito no início do artigo, é de interesse também dos pais, pois eles são parte importante desse ecossistema.

Os pais devem exigir ações e ferramentas de combate ao assédio nas escolhas de seus filhos.

Uma escola que propõe essas ações de Compliance tende a ser um ambiente de menor risco, evitando e combatendo situações como essa ocorrida no interior de São Paulo (e em tantas outras) ocorram.

É assim, com medidas que eduquem, conscientizem, previnam e, quando necessário, punam que os ambientes se tornam melhores e mais seguros.

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