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A necessidade da educação financeira nas escolas

O Brasil precisa acelerar a implantação do ensino obrigatório de noções básicas de educação financeira para as crianças e adolescentes

16/04/2012 10:33

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A necessidade da educação financeira nas escolas

Segundo dados do Banco Central, em 2011 ainadimplência do consumidor brasileiro alcançou a taxa de 7,3%, o mais alto patamar em dois anos.

Quando ouvimos falar em aumento de taxa de inadimplência não nos atentamos para o mal que isso faz à sociedade, pois, tanto as empresas em geral, quanto os bancos, acabam repassando esse custo ao valor final dos produtos e essa conta acaba sendo rateada por todos.

Sem querer crucificar os inadimplentes (quem nunca atrasou uma conta que atire a primeira pedra), pois muitos acabam entrando na ciranda financeira por problemas pontuais, como: desemprego, doença, etc. E justamente pelo fato de sempre ter honrado seus compromissos é que, no desespero, renegociam dívidas em situação claramente desvantajosas, aceitando a cobrança de juros extorsivos.

Mas, certamente essas pessoas são a minoria nesse contexto, pois, a meu ver, o que mais está aumentando a inadimplência é o consumo compulsivo aliado à facilidade de acesso ao crédito. Tudo isso regado com altas taxas de juros, só poderia gerar esse monstrengo que aterroriza muitas pessoas e acaba destruindo muitas famílias: o endividamento excessivo.

Para muitas pessoas, administrar os gastos pessoais, mesmo estando limitado a um baixo orçamento pode até parecer coisa simples. Ou seja, manter os gastos mensais menores do que os ganhos e, se possível, fazer uma pequena reserva mensal para investimentos ou gastos extraordinários.

Mas o que parece ser relativamente simples para uns, torna-se um verdadeiro martírio quando a pessoa não consegue controlar os gastos mensais e, sequer consegue entender um extrato bancário.

Para piorar, sofremos pressão de todos os lados (família, amigos e sociedade) para, no mínimo, demonstrar que estamos sendo bem-sucedidos. Ou seja, morar bem, ter um bom carro, vestir boas roupas, etc. Quem tem filhos então, se conseguir colocá-los em um colégio particular, ainda tem que se preocupar com as comparações dos amiguinhos de colégio, que surgem a toda hora com alguma novidade tecnológica “indispensável”.

Outro agravante é que, geralmente, quem tem dificuldades em lidar com as finanças pessoais não aceita ajuda de terceiros para tentar resolver a causa do problema, que é o descontrole e o gasto excessivo; enxergando somente a possibilidade de resolver o efeito, que é a dívida, ou seja: conseguir mais dinheiro emprestado para cobrir o crescente aumento de gastos, agravado a cada mês pelos juros acumulados. Uma bola de neve!

Então, como é difícil mudar os hábitos dos adultos, acredito que seria importante se o Ministério da Educação acelerasse o projeto de ensino obrigatório de noções básicas de educação financeira para as crianças e adolescentes, tendo em vista que a experiência aplicada até o momento em várias escolas públicas está sendo extremamente positiva. 

Para finalizar, cito uma conhecida frase de Pitágoras: “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens”.

Autor: Isaac Rincaweski

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