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ARTIGO CONTÁBIL

Ter competências profissionais é suficiente na área contábil?

Entenda o que está por trás dessa narrativa presente na contabilidade.

13/09/2022 13:30

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Ter competências profissionais é suficiente na área contábil?

Ter competências profissionais é suficiente na área contábil? Pexels

Ao observar os comentários preconceituosos recebidos nos últimos conteúdos compartilhados sobre Diversidade, Equidade e Inclusão na profissão contábil, percebe-se a importância desse tema ser discutido ainda mais na área. 

O respeito é a base de tudo. Uma pessoa pode até não concordar com outra, mas, no mínimo, deve respeitá-la. Xingamentos, palavras de baixo calão, são formas de violências verbais, preconceitos que revelam quem a pessoa é, seja com seus familiares, colegas, nas universidades e nas empresas contábeis.

Uma das narrativas apresentadas por pessoas da área quando comentam sobre conteúdos relacionados à Diversidade, Equidade e Inclusão, é que ao invés dos escritórios de contabilidade investirem na inclusão de pessoas diversas, devem incluir as pessoas pela competência profissional, e diante do exposto, questiono, hoje, no seu escritório de contabilidade, quem são as pessoas que são admitidas e promovidas? São mulheres? São pessoas negras? São Pessoas com Deficiência? São Travestis, Transexuais e Transgêneros? 

E não é por falta de competência de pessoas diversas, pelo contrário, é porque há preconceitos na área e a narrativa da competência profissional é utilizada para mascarar a realidade sobre a falta de equipes diversas nos escritórios, desviando, assim, olhares e questionamentos, para poderem seguir com a contratação e promoção de pessoas correspondentes ao “padrão contábil ideal” (homens brancos, cisgêneros, heterossexuais e sem deficiência). 

É importante entender a realidade das pessoas pertencentes a grupos não hegemônicos que, por vezes, não conseguem entrar na área contábil por serem quem são, por não corresponderem com esse “padrão contábil ideal” que é admitido e promovido nos espaços contábeis.

Assim, se a pessoa não corresponder com esse “padrão contábil ideal”, possivelmente ter competências profissionais não será suficiente, caindo por terra a narrativa da contratação pela competência que vem de locais com privilégios, ditos por pessoas que não sofrem por serem quem são em relação às suas características pessoais, com relação a identidade de gênero, raça e orientação sexual e/ou orientação afetiva. 

É necessário refletir, reconhecer os privilégios em relação às características pessoais por haver preconceitos estruturais presentes na sociedade brasileira, como por exemplo, o racismo, capacitismo, machismo, sexismo e a LGBTQIAPN+fobia. Para além de reconhecer a existência desses preconceitos, é imprescindível repudiar toda forma de preconceito, seja dentro ou fora das organizações contábeis. 

Portanto, que possamos investir por uma contabilidade mais diversa, plural e humanizada, onde as pessoas que empreendem com escritórios de contabilidade reconheçam a importância da Diversidade, Equidade e Inclusão nos espaços contábeis, com respeito, inclusão e acolhimento.  

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