x

ARTIGO DE ECONOMIA

Boas-novas para os mais pobres: a inflação, enfim, parece começar a arrefecer

Neste artigo, o especialista comenta sobre o crescimento percentual e positivo de alguns setores para a economia.

16/09/2022 13:30

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Boas-novas para os mais pobres: a inflação, enfim, parece começar a arrefecer

Boas-novas para os mais pobres: a inflação, enfim, parece começar a arrefecer Pexels

A divulgação da inflação oficial de agosto do Índice Preços ao Consumidor Amplo  (IPCA) do IBGE, apontou que o Brasil apresentou deflação pelo segundo mês consecutivo. Os preços baixaram, na média, 0,36%, fazendo o índice cair de 10,07% para 8,73%, em 12 meses. No ano, a inflação bateu 4,39%.

Esta tendência deve ser reforçada até fim do ano, com o resultado oficial fechando próximo a 6,5%, já que os próximos meses terão como base os números elevados do ano passado. A inflação de 2021 marcou 1,16%, 1,25%, 0,95% e 0,73%, entre setembro e dezembro.

Ainda assim, a melhor notícia aparece na abertura dos dados. Não temos dúvidas de que os combustíveis representam a maior influência para o resultado. Para se ter uma ideia, a queda de 11,64% no preço da gasolina contribuiu com -0,67 ponto porcentual (p.p.) para o índice total. Só para entender: caso este valor não tivesse variado, o índice total seria positivo em 0,31%. 

Esta variação não depende mais tanto do corte nos impostos, mas de uma baixa generalizada do petróleo no mundo, possibilitando queda nos preços do produto na maioria dos países. Assim, estamos vivendo a volta da alta dos preços do início do ano. Em breve, este efeito deve ser mais sentido no diesel, que tem mais peso em toda cadeia.

Temos também estabilidade nos alimentos consumidos em domicílio, que quase não sofreram variação. E isso é muito positivo, pois atinge, em cheio, as classes mais pobres da população. 

Se este cenário se mantiver, com o aumento do Auxílio Brasil, o fim deste ano será um pouco melhor para as pessoas mais necessitadas. No segmento supermercadista, só foi observada alta no item “alimentos e bebidas” (0,24%), em razão do aumento do custo da alimentação fora do domicílio.

O item “habitação”, também bastante relevante para os estratos sociais mais empobrecidos, apresentou alta de apenas 0,1%, o que reforça o sinal positivo do indicador para esta população. 

A melhora só não foi completa porque o setor de vestuários e calçados, turbinado pelo frio extremo, registrou crescimento de 1,69% no mês, castigando quem precisava comprar roupas mais quentes para um inverno mais rigoroso.

O único “porém” dos dados divulgados: o índice de difusão continua alto. Isso significa que a maioria dos produtos pesquisados ainda apresenta aumento de preço, apontando alta resistência (ou uma inércia) da inflação. 

Por isso, o Banco Central (Bacen) precisa continuar fazendo seu trabalho, subindo juros, ainda que estas altas já devam estar no fim. A propensão é a acomodação da taxa de juros, que, no meio do ano que vem, pode até iniciar uma trajetória de queda.

Embora o segundo semestre seja comumente muito mais desafiador que o primeiro, estas boas novidades retomam o ânimo dos mercados e dos investidores, que só pedem uma coisa aos governos: estabilidade e previsibilidade.

Leia mais sobre

O artigo enviado pelo autor, devidamente assinado, não reflete, necessariamente, a opinião institucional do Portal Contábeis.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.