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ARTIGO TRIBUTÁRIO

2023 começa com novas regras para a renda fixa

Neste artigo, o especialista comenta sobre a nova regra de marcação a mercado na renda fixa a partir deste ano.

11/01/2023 13:30

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Renda fixa: novas regras em 2023

2023 começa com novas regras para a renda fixa Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels

Sempre que trato do assunto investimentos, em especial comparando os de renda fixa com os de renda variável, gosto de ressaltar, especialmente ao leigo, que aplicar em um ativo de renda fixa não significa que este papel não sofre variação ao longo do tempo. 

Significa apenas que, cumprido o prazo contratado, ou seja, se eu, investidor, permanecer com o investimento até o final do prazo, terei garantida a remuneração contratada.

Dito de outra forma, investimentos em renda fixa oferecem uma previsibilidade dos ganhos, o que não ocorre com os investimentos em renda variável, nos quais o investidor pode perder, inclusive, o capital investido.

Com a taxa Selic beirando os 14%, o mercado de renda fixa começa o ano em alta e com uma grande novidade em direção a uma maior transparência.

A nova regra, chamada marcação a mercado, que explicarei mais adiante, foi definida pela autorregulação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

A Anbima congrega diversas instituições como bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras, com o objetivo de autorregular o mercado financeiro e de capital.

Para entendermos a mudança que entrou em vigor no dia 2 de janeiro deste ano, basta uma busca no Google pela cotação de papéis do tesouro direto e de fundos imobiliários negociados em bolsa. Esses papéis já apresentavam diariamente a variação do preço unitário.

É exatamente isso que, a partir de agora, passa a ocorrer também para ativos como debêntures de infraestrutura, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). 

Por ora, a marcação a mercado não vai atingir os papéis de emissão bancária como os CDB, letras de crédito e letras financeiras.

Com a nova regulamentação já em vigor, distribuidores de investimentos, bancos e corretoras deverão disponibilizar aos clientes os valores de referência para debêntures, CRIs, CRAs e títulos públicos federais (exceto tesouro direto).

Desta forma, o investidor passa a enxergar as oscilações existentes nos títulos adquiridos e não será pego de surpresa caso decida se desfazer deles no mercado secundário, antes do vencimento.

Vale ressaltar, conforme disse no início de nossa conversa, que, embora sejam títulos de renda fixa, esses ativos sofrem interferências em sua precificação a partir de riscos de crédito do próprio emissor ou de oscilações macroeconômicas, por exemplo, aumento dos juros decorrentes da elevação da inflação.

Espero ter conseguido explicar o que será a marcação a mercado presente na renda fixa a partir de agora. Como qualquer pesquisa com relação ao assunto vai trazer referências também à marcação na curva, explico a diferença.

Enquanto a marcação a mercado apresenta a precificação real do ativo em determinado momento, a marcação na curva traz uma precificação teórica, com base na rentabilidade contratada para o investimento.

O gráfico abaixo, extraído do site da Anbima, ajuda no entendimento.

Gráfico, Gráfico de linhasDescrição gerada automaticamente

Fonte: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima)

Espero, prezada leitora, prezado leitor, ter ajudado no entendimento dos conceitos e desejo um 2023 cheio de saúde, paz, realizações e ótimos investimentos. Valeu!

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