Foto: Anna Shvets/Pexels No dia 19 de janeiro de 2023, a Americanas, gigante do varejo no Brasil, entrou com um pedido de recuperação judicial. De acordo com comunicado oficial da varejista, a estratégia foi adotada como um recurso para proteger o caixa e manter a operação nas lojas, sites e app, enquanto, em paralelo, segue em novas negociações com seus credores. Esse movimento foi necessário devido ao rombo de R$ 20 bilhões nos balanços contábeis da empresa.
Diante desse cenário, podemos tirar importantes lições sobre compliance e gestão de processos. Vale destacar ainda que o ERP pode ser uma ferramenta estratégica para a transparência nas empresas. Plataformas como o WK Radar, podem prevenir essas inconsistências contábeis através do correto registro da transação realizada pela empresa.
No caso da Americanas, a escrituração que deveria ter sido feita no balanço é o registro de um passivo financeiro, ou seja, um empréstimo/financiamento bancário, com a evidenciação e reconhecimento dos juros dessa operação.
No entanto, a operação foi registrada no balanço/contabilidade como sendo uma dívida operacional com o fornecedor, quando, na verdade o credor era o banco, ou seja, era um empréstimo/dívida financeira, com incidência de juros, contrato e tudo mais, e, não uma obrigação com o fornecedor.
É essencial observar a documentação comprobatória da operação, pois se a empresa está contraindo um empréstimo bancário para quitar fornecedores existe um contrato firmado entre as partes (empresa e o banco), nesse documento está mencionado as taxas e valores dos juros.
Diante disso, não há motivos para que a operação financeira não seja contabilizada dessa forma. No caso da varejista, o registro da operação foi feito considerando uma obrigação operacional, com o fornecedor, quando era uma obrigação financeira, com o banco.
O ERP, como dito anteriormente, é uma ferramenta de compliance, pois auxilia na correta escrituração das transações da empresa, evidenciando corretamente os juros, integrando as diversas áreas da empresa, além do cruzamento de informações na auditoria.
Porém, uma ferramenta não faz o trabalho sozinha, é preciso que os profissionais e lideranças tenham profundo conhecimento nos processos internos da empresa, bem como análise crítica das documentações que comprovam as operações internas e rigor na auditoria.
Com mais de 90 anos de história e 53 milhões de clientes, a Americanas passa por uma crise que ensina ao mercado sobre a importância da transparência e compliance.
Os profissionais contábeis assumem uma posição estratégica neste novo cenário, onde a gestão de dados e análise crítica tornam-se itens de primeira necessidade no backoffice das empresas.
