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O processo de criação de riqueza financeira privada e o papel do Estado

Esse artigo fala sobre a importância da riqueza financeira e o papel dos bancos nesse cenário, e também o papel do Estado, qual a influencia do estado nesse cenário econômico.

22/06/2012 15:55

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O processo de criação de riqueza financeira privada e o papel do Estado

A criação da riqueza privada se forma através do financiamento da produção e de produtos manufaturados que serão consumidos e financiados por creditos disponíveis no mercado pelos bancos, através do endividamento das sociedades que disponibilizam seus imóveis como garantia de pagamento, com a valorização dos imóveis e a facilidade de obter credito cria-se as chamadas bolhas imobiliárias que originam uma falsa riqueza das famílias e do setor privado que passa a consumir e a investir num crescimento desordenado e sem garantias de pagamento.

Um dos fatos mais recentes com essa característica é a crise bancaria que teve no inicio do ano de 2007 e que tornou – se uma crise global em 2008,uma euforia que já havia acontecendo nos dois últimos ciclos de crescimento da economia mundial, principalmente da economia norte – americana. Esse crescimento otimista impediu uma avaliação realista das forças que impulsionavam esse ciclo de expansão, mas as previsões não foram das mais felizes, havia na época uma previsão de queda, mas que seria uma queda rápida na economia, e em curto prazo tudo se estaria sob controle novamente.

Desde a década de 90, havia hipóteses fantasiosas sobre o sucesso da nova economia, floresceram as previsões majoritárias sobre um crescimento que seria interrupto e prolongado. Nessas previsões econômicas relatava-se que tudo estaria resolvido com os ganhos de produtividade proporcionados pelo avanço das tecnologias de informação.

No começo os creditos apresentaram uma evolução impressionante e sem precedentes no pós – guerra, as empresas e as famílias aumentaram significa mente os gastos acima da sua renda corrente com isso a partir de 1996 ocorreram então à acumulação das dividas a uma taxa muito superior ao crescimento das remunerações do trabalho e dos lucros de capital. A macroeconomia ensina que as avaliações otimistas acerca dos lucros e dos rendimentos futuros, ainda alentados pelo especular desempenho das ações na bolsa de valores e pelo mito da nova economia – que levaram ao dispêndio privado a exceder a renda corrente. Essa diferença chegou a 6% do PIB no ultimo trimestre de 2000.

Hoje já à mais gente disposta a reconhecer que o crescimento americano da segunda metade dos anos 90 e da primeira década do atuais anos foi promovido por elevados déficits do setor privado, amparados na expansão do crédito. Já no primeiro ciclo, entre 1994 e 2000, a notável capacidade de inovação da economia americana se materializou na rápida acumulação de nova capacidade produtiva, sobretudo no setor de tecnologia de informação.

Nesse período o consumo das famílias disparava e a poupança pessoal batia recordes negativos. O que ocorreu então foi que nos últimos dez anos, entre 1998 a 2008 o PIB norte – americano cresceu 31%, ou seja, 2,7% ao ano. O consumo das famílias avançou 3,4% ao ano e elevou a sua participação no PIB de 67,1% para 71,6% . Esse ajustamento se deu mediante a redução da poupança das famílias, que despencou de 4,7% para 0,2% do PIB.

Com isso os gastos das famílias americanas cresceram bem acima da renda disponível, empurrados pela expansão acelerada do endividamento.

Nas duas ultimas décadas o crescimento do consumo das famílias desacelerou da evolução da renda. Tornou-se cada vez mais dependente do efeito riqueza, ou seja, da valorização fictícia do patrimônio financeiro e imobiliário.

No período de 2003 – 2007, a construção residencial e a grande valorização dos imóveis estimularam e sustentaram o consumo das famílias.

As novas modalidades de creditos e a valorização dos estoques de riqueza ao longo dos ciclos de expansão passaram a ganhar mais peso nas decisões de gastos das famílias, desvinculando o consumo de renda corrente, tornando esse componente dos gastos cada vez mais dependentes do endividamento.

Com isso gerou – se a bolha imobiliária, ninguém sabia mais como deter as dividas dos bancos, sem saber onde exatamente foi o inicio delas, desordenando todo o controle financeiro, que passou a preocupar o contexto global da economia, tendo então que os estados com toda a sua autonomia intervir nas dividas bancarias impedindo a quebra de vários bancos renomados do mundo inteiro, que seria muito pior.

O papel do estado no processo de riqueza financeira é de proporcionar a população créditos bancários, com taxas de juros acessíveis ao mercado financeiro para que a economia possa de uma maneira moderada e controlada usufruir desses créditos para alavancar o consumo global, gerando mais movimento nos bancos e mais arrecadação impostos, e também de intervir no agravamento de crises financeiras, como essa de 2008 e a de agora que acontece nos países Europeus da zona do euro, injetando dinheiro para que os bancos consiga se manter num patamar de equilíbrio financeiro.

Caio Martins - Estudante do 4º Ano de Ciências Contábeis

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