A síndrome de esgotamento emocional, que pode ter consequências graves para a saúde física e mental, burnout, na verdade, é um nome recente para um mal antigo.
Em 1869, a sensação de cansaço extremo e apatia generalizada foi chamada de neurastenia pelo médico americano George Beard (1839-1883). Ao longo dos anos a síndrome vem sendo cada vez mais estudada e chegamos hoje a estudos mais aprofundados, classificada há um ano como doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde.
Segundo dados da International Stress Management Association (Isma), o Brasil é o segundo país com mais casos de Burnout no mundo. Outro estudo da 121 Labs, que promove pesquisas sobre o cenário econômico e social do país, feita em setembro de 2022 com 2,1 mil pessoas, mostra que entre as 85% que foram diagnosticadas com a síndrome, 17% tiveram quadros severos, 36% medianos e 32% estavam em estado inicial.
Embora o Burnout possa ser visto como uma consequência natural do estresse excessivo, na verdade, ele é um sinal de alerta para a necessidade de mudanças no nosso dia a dia. É preciso que todos os envolvidos no processo reconheçam a importância do bem-estar físico e mental e busquem soluções para promover equilíbrio na vida cotidiana.
Além disso, cada um de nós precisa aprender a identificar os sinais de burnout e a tomar medidas para preveni-lo. Isso inclui estabelecer limites claros para o trabalho, praticar atividades de relaxamento e cuidado pessoal, e buscar ajuda profissional quando necessário. Aqui estão alguns sinais que podem indicar burnout em colegas de trabalho:
- Esgotamento emocional: a pessoa se sente cansada, desmotivada e sem energia. Isto é visível no trabalho;
- Mudanças de humor: a pessoa pode mostrar irritabilidade, raiva ou tristeza frequentes;
- Isolamento: a pessoa pode começar a se distanciar das outras pessoas e a mostrar indiferença ou desinteresse pelo trabalho e pelos colegas;
- Mudanças no comportamento: a pessoa pode demonstrar falta de cuidado com o aspecto pessoal e faltar ao trabalho com frequência;
- Problemas físicos: a pessoa pode ter problemas de saúde, como dores de cabeça, problemas de sono e problemas digestivos.
É importante lembrar que esses sinais podem ser causados por outros fatores além do Burnout, mas se uma pessoa apresenta vários deles, é possível que esteja sofrendo com a síndrome.
Se você perceber esses sinais em um colega de trabalho converse para que ele possa buscar ajuda profissional. Em alguns momentos as pessoas estão tão envolvidas com o dia a dia que não percebem o que está acontecendo.
Se um líder identifica algo de diferente no seu colaborador é importante conversar e entender que tipo de apoio ou necessidade o mesmo pode precisar no momento. Algumas atitudes que os líderes devem ter para minimizar questões relacionadas a burnout.
- Oferecer apoio: o líder deve mostrar empatia e estar atento. É importante escutar, conversar e compreender o momento;
- Estabelecer metas realistas: o líder deve apoiar o funcionário a estabelecer metas alcançáveis e evitar a sobrecarga de trabalho;
- Promover equilíbrio trabalho-vida: o líder deve incentivar o funcionário a encontrar formas de equilibrar o trabalho e a vida pessoal;
- Encaminhar para ajuda profissional: caso o líder perceba que a situação é extremamente grave indicar a busca por um profissional especializado;
- Se necessário, dar uns dias para que o funcionário possa buscar ajuda e dessa forma não procrastinar em assunto tão importante.
Lembre-se de que o Burnout é uma condição séria que pode afetar significativamente a saúde e o bem-estar de um funcionário, por isso é importante enfrentar o problema de frente. É a vida que sai ganhando.
Por: Alexandra Visconti, gerente de RH e Marketing da 4MSTech