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Extinção do Técnico de Contabilidade

HELINIO

Helinio

Bronze DIVISÃO 5, Técnico Contabilidade
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 10:04

Pessoal, como em 1º de junho de 2015 é provável o fim do Técnico em Contabilidade.
Tenho alguns questionamentos:
Se não vai mais haver técnico em contabilidade, algum contador vai querer trabalhar por um baixo salário em um escritório, servindo com assistente?
Algum escritório pagará a um contador um salário digno da profissão?
O serviço rotineiro será feito pelo contador?
Então venhamos e convenhamos, todo escritório precisa sim de um Técnico em Contabilidade nas atividades de apoio, assessoramento, confiança no trabalho realizado, pois o profissional tem capacidade técnica para realizar as diversas atividades inerentes ao seu cargo, diferente de uma pessoa que tenha apenas uma formação em Nível médio.
Ainda não descobri qual é a justificativa de não ser ter um técnico em contabilidade.
Na área de engenharia, temos o técnico em edificações, eletrotécnico, técnico agropecuário etc. Na área de Enfermagem, temos os Técnicos em enfermagem. Sem contar que em muitas outras áreas existe a figura do técnico.
A evidente que toda atividade técnica tem sua representatividade, sua responsabilidade, e sua contribuição para as atividades de analista e de consultores, sendo uma base importante de conhecimento para dar suporte, respaldo e qualidade ao serviço apresentado.
Acho que isso deve ser pensando a longo prazo.
Volto a insistir, nenhum escritório vai pagar um salário a altura para um Contador fazer serviços de técnico. E nenhum contador vai estudar 4 anos, pagar uma faculdade, pra ganhar um salário de assistente (seria uma frustração profissional). Vai faltar esse profissional técnico no mercado, a qualidade de serviço talvez não será das melhores, pois faltará gente capacitada na base (ensino médio).

Andre Amaral

Andre Amaral

Ouro DIVISÃO 1, Técnico Contabilidade
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 10:16

Helinio

O Técnico em Contabilidade não será extinto.

O que ocorrerá é que o Técnico não terá mais direito a registro no CRC. Porem, que já tem registro, poderá continuar exercendo a profissão normalmente.

Apesar de não dar mais direito ao registro, acredito que muitas escolas técnicas manterão o curso de Técnico em Contabilidade.

Luiz Carlos de Amorim Júnior

Luiz Carlos de Amorim Júnior

Prata DIVISÃO 1, Gerente Administrativo
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 10:23

Caro Helino
Concordo parcialmente.
Realmente o Técnico Contábil tem grande importância no trabalho diário dos escritórios de contabilidade. Contudo a redução de suas atribuições e a crescente facilidade ao acesso ao curso superior podem ter sido importantes para a extinção do curso de formação.
Contudo também não entendo a decisão pela extinção do curso, apenas acredito que deveria necessitar de uma melhor regulamentação.
Iniciei com "concordo parcialmente" pois também sou eletrotécnico, fruto de um curso técnico de nível médio. Os técnicos em eletricidade, eletrônica, agrimensura, edificações e saneamento tem atribuições previstas em resoluções dos CREA e não atuam sempre sob a margem dos engenheiros. Por muitas vezes temos nossas próprias empresas e nos são permitidas atividades técnicas de média e alta complexidade o que nos dá uma "reserva de mercado".
Isto hoje não acontece com o técnico em Contabilidade que precisa estar atado a um bacharel para poder exercer de fato a profissão. Talvez este seja um dos principais motivos do encerramento do curso de formação contábil em nível médio.
Quanto ao salário para os demais colaboradores do escritório, o que irá regular é o mercado (demanda x oferta). Hoje temos contadores com nível superior sujeitando-se a trabalhar por 2 ou 3 salários mínimos como empregados em escritórios. Claro que todos tem anseios de crescimento e abrir seus próprios escritórios, mas enquanto não criam asas vão crescendo e aprendendo com os colegas que já estão no mercado.
No fim, o técnico fará falta.

Atenciosamente

Luiz Carlos de AMORIM Júnior.
Florianópolis/SC
Tel: 48 9968-0305(VIVO)
Skype: amorim.jr
G+: amorim.luiz.jr
Andre Amaral

Andre Amaral

Ouro DIVISÃO 1, Técnico Contabilidade
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 10:33

Helinio

Apenas para complementar minha postagem, veja o que diz o Decreto Lei 9295/46em seu Art. 12 § 2º:

Art. 12. Os profissionais a que se refere este Decreto-Lei somente poderão exercer a profissão após a regular conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis, reconhecido pelo Ministério da Educação, aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade a que estiverem sujeitos.

§ 1o ..............

§ 2o Os técnicos em contabilidade já registrados em Conselho Regional de Contabilidade e os que venham a fazê-lo até 1o de junho de 2015 têm assegurado o seu direito ao exercício da profissão.

Rafael Felix

Rafael Felix

Prata DIVISÃO 1, Auxiliar Escrita Fiscal
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 10:34

Concordo com o Andre e sou a favor da mudança.

O técnico vai continuar a existir porem não terá direito a tirar CRC pois uma pessoa que faz um curso técnico de 6 meses e outra que faz o curso superior em 4 anos tem o mesmo acesso ao CRC.

Então mudando isso só terá acesso ao CRC cursando o ensino superior, porem o técnico continuara a existir e a exercer sua função, porque convenhamos que os técnicos que trabalham em escritório ou empresa não tem muito acesso a usar o seu CRC caso o tenha.

A não ser casos específicos.

HELINIO

Helinio

Bronze DIVISÃO 5, Técnico Contabilidade
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 10:52

André e Rafael, quando eu fiz o meu curso técnico em contabilidade, foi de 3 anos, ou seja, uma boa bagagem teórica. Não sei quanto tempo dura hoje uma formação de curso técnico. Aqui onde eu moro, um contador para trabalhar em um escritório, ganha na faixa de R$ 800 à 1.200,00.
Não dá pra ganhar isso formado em ciências contábeis. É uma frustração, pois só com ensino médio, sem faculdade, é possível ganhar bem mais que isso. Cada região paga um valor para seus profissional. Aqui os salários são muito baixos.
5 anos após essa medida entrar em vigor, verão as reclamações dos escritórios, isso é uma pedra já cantada. Em outras profissões foi do mesmo jeito, mas fazer o que? Eu sou formado em ciências contábeis, não vejo nenhuma dificuldade em trabalhar junto com os técnicos no mesmo mercado. Tem muitos contadores que estão bem abaixo de um técnico, e vice-versa, não existe uma máxima. Agora caberia um debate maior para finalização desse assunto juntos aos profissionais e Conselhos.
Volto a insistir: "Contador não vai querer fazer serviços de assistente para ganhar um salário baixo". Escritório aqui não dá conta de ter 5 ou 10 contadores, pois não tem dinheiro para pagar. Contador é um analista, não dá pra ficar fazendo serviço de assistente e ganhando um baixo salário.

Phillipe Gambôa
Consultor Especial

Phillipe Gambôa

Consultor Especial , Gestor(a)
há 10 anos Quarta-Feira | 9 outubro 2013 | 11:39

Vocês só estão equivocados quanto aos cursos técnicos depois de 2015 serão 100% extintos.

Um profissional mesmo que tenha cursado um técnico ou um bacharelado em contábeis não pode atuar na área sem CRC. Portanto é contra lei e passivel de multas.

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Cursou superior ou técnico e não tem CRC = não pode trabalhar.

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A explicação do Helinio eu concordo. O mercado vai ficar complicado pois não haverão profissionais para trabalhar na área de assistente fiscal, contábil ou trabalhista.

Quem vai cursar 4 anos para se submeter a ganhar baixo, trabalhar lançando notas que nem um condenado de várias empresas e a maioria dos casos o próprio chefe tem apenas titulo de técnico.

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Minha opinião é que no futuro os escritórios se organizem de forma diferente, ou seja serão mais próximos de escritórios de advocacia. Onde todos partilharão dos lucros das empresas e terão suas próprias empresas dividindo o mesmo teto. Enquanto que os estudantes da área serão os estagiários que futuramente caso tenham interesse e capacidade integrem a sociedade.

Ou seja saem os funcionários e entram colaboradores com retirada de pró-labore ao invés de salário fixo em ctps.

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Implantação de padronização em escritórios contábeis
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HELINIO

Helinio

Bronze DIVISÃO 5, Técnico Contabilidade
há 10 anos Quinta-Feira | 10 outubro 2013 | 11:50

Celso,
É uma tendência muito forte, pois a exemplo da minha turma formada em ciências contábeis no ano de 2006, quase todos passaram em concursos públicos, e não conheço nenhum que tenha permanecido em escritório após formado, para continuar lançando notas e mais notas, perfurando papéis e ganhando salário de assistente.
O técnico irá fazer muita falta sim. Acho que o debate tem que ser com outro foco. A adequação do técnico dentro do escritório de contabilidade, e não a extinção. Dentro do escritório, no meu ponto de vista, é a melhor mão-de-obra, pois tem o conhecimento mais elevado do que um nível médio, dando mais qualidade para a realização do serviços contábeis. Para valorizar a nossa classe, é essencial que a base, que é o curso técnico, também seja valorizado.
Uma reflexão: Tenho minhas restrições quanto ao curso de ciências contábeis feito a distância, pois presencial já tem muitas dificuldades, imagina à distância.

JORGE MARCOS DE SOUZA

Jorge Marcos de Souza

Prata DIVISÃO 1, Contador(a)
há 10 anos Sexta-Feira | 11 outubro 2013 | 01:19

Colegas, tenho a impressão de que isso é uma tendência. Sempre que surgem esses tipos de mudanças há precedentes, e geralmente vindos do exterior. Na minha concepção isso tem muito a ver com o IFRS. Quem se aprofundar em um dos mercados de trabalho mais evoluídos do mundo, e que está anos luz a nossa frente, a Alemanha, vai perceber que por lá já começou a crise do emprego, e um dos motivos é o empreendedorismo, onde a grande maioria da população está partindo para o próprio negócio, com um mínimo de empregados e salários muito baixos, e isso inclui escritórios de finanças e contábeis, onde somente o dono se dá bem.

Nos serviços públicos brasileiros há um fator que está tirando a importância do contador: a implantação de sistemas de todo tipo, de forma que qualquer assistente em administração faz quase todo tipo de serviço em setores de contabilidade que antes eram atribuições de contadores, e não precisam saber o porquê da rotina, basta atuar de forma mecânica e robótica porque todo mês é a mesma coisa, ou seja, tem-se uma mão de obra barata, e não há como os CRCs fiscalizarem isso, porque não há serviço específico de contador, os assistentes apenas inserem dados no sistema.

Na outra ponta, em alguns concursos as vagas estão sendo disponibilizadas apenas para Técnicos, com salários menores, mostrando que os contadores são dispensáveis.

Acredito que a intenção do CFC é tentar impedir a competição técnico x bacharel para evitar um desgaste maior à profissão, e isso tem muito a ver com a revolução tecnológica, e quem trabalha em escritório sabe que é assim. Então, olhando para o que ocorre no exterior e o que acontece nos serviços públicos é possível que no futuro tenhamos assistentes fazendo serviços de técnicos em contabilidade e talvez até de contadores, quando a rotina envolver apenas a área fiscal, por exemplo, e isso vai derrubando os salários.

Acredito também que a intenção do CFC é tentar colocar a profissão num patamar superior.

Quanto a opinião do Helinio, quem já tem bons conhecimentos de contabilidade não há problema em fazer curso EAD, e por um lado é até bom porque obriga o bom aluno a pesquisar por conta, ao passo que o curso presencial faz com que o aluno desinteressado tenha preguiça em pesquisar, pois é mais fácil perguntar ao professor. Estas são minhas opiniões.

Na era do conhecimento o comodismo é destruidor de ideias. Desistir jamais.
Guillermo L. Espíndola de Almeida

Guillermo L. Espíndola de Almeida

Bronze DIVISÃO 3, Supervisor(a) Serviços
há 10 anos Sexta-Feira | 11 outubro 2013 | 10:16

Eu acredito que a questão técnico X bacharel tenha a ver com a lei antiga (Nº 9.295, DE 27 de maio de 1946) onde as atribuições do técnico são quase as mesmas do contador. Por este decreto o técnico só não pode assinar balanços de empresas com capital na bolsa (SA´s), perícias e auditorias. Todo o resto as prerrogativas profissionais são as mesmas.

Logo, alguém que tenha feito um curso técnico e obtido o registro junto ao CRC não sente motivação para cursar a faculdade, já que pode fazer quase tudo o que um bacharel faz, inclusive ter seu próprio escritório.

Eu concordo com a opinião do Phillipe de que num futuro muito próximo os escritórios de contabilidade serão semelhantes aos modelos dos escritórios de advocacia...



"um cego, num quarto escuro, procurando um chapéu preto que não está lá!"

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