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Como criar um gerenciamento estratégico de custos

Mateus Braga

Mateus Braga

Bronze DIVISÃO 2, Auxiliar Contabilidade
há 8 anos Sexta-Feira | 16 outubro 2015 | 16:18

gerenciamento estratÉgico de custos
introduÇÃo

com elaboração do plano orçamentário vamos possibilitar uma visualização mais estratégica da empresa, possibilitando assim uma melhor tomada de decisão, ou seja, tomar decisões com base em informações mais claras e detalhadas. atualmente as empresas tem uma preocupação maior com relação aos custos da produção para elaboração de um plano orçamentário. demonstraremos a necessidade departamentalização para apuração dos custos total das empresas. temos de abranger o sistema orçamentário como ferramenta de gestão estratégica, logo, devemos verificar com alto grau de relevância as vendas dos produtos, os preços, seus mercados e os custos totais. vamos solucionar o estudo do caso da empresa zeta e assim observaremos o quão importante é o sistema orçamentário dentro de uma organização.

etapa 1 gerenciamento de custos analise da empresa zeta.
ao estudar os capítulos do livro de eliseu martins, contabilidade de custos chegamos as seguintes definições em resumo: custos de produção do período, custo da produção acabada e custo da produção vendida. pode um ser maior que o outro em cada período, conforme as circunstâncias.conceitos também importantes: custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. diretos e indiretos dizem respeito ao relacionamento entre o custo e o produto feito: os primeiros são fácil, objetiva e diretamente apropriáveis ao produto feito, e os indiretos precisam de esquemas especiais para a alocação, tais como bases de rateio, estimativas etc. custos fixos e variáveis são uma classificação que não leva em consideração o produto, e sim o relacionamento entre o valor total do custo num período e o volume de produção. fixos são os que num período têm seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, e variáveis os que têm seu valor determinado em função dessa oscilação. fixos e variáveis são uma classificação aplicável também às despesas, enquanto diretos e indiretos são uma classificação aplicável só a custos.
o esquema básico da contabilidade de custos consiste, dentro do visto até o momento, em:
a) separação de custos e despesas;
b) apropriação dos custos diretos aos produtos;
c) apropriação mediante rateio dos custos indiretos aos produtos. esses rateios podem ser feitos por vários critérios diferentes, e seus méritos serãoabordados nos próximos capítulos.
a contabilização dos custos pode ir de um extremo de simplificação, com a contabilidade financeira separando custos de despesas e registrando diretamente a passagem dos custos aos produtos, ou então acompanhando “pari-passu” todas as etapas seguidas nos mapas e arquivos de apropriação. na prática, quanto mais simples for o sistema de contabilização melhor, desde que a empresa mantenha um adequado sistema de arquivamento dos mapas, eletrônicos ou não.
com a analise dos demonstrativos da empresa zeta podemos concluir superficialmente, que a mesma tem base solidas e um lucro de bom porte para o tamanho da organização. notamos que empresa produz e vende dois produtos conforme citado.
com as informações iniciais, como quantidade vendida, preço de venda e porcentagem dos impostos sobre venda, no segundo passo da 1º etapa, obtivemos os cálculos abaixo:
multiplicamos para ambos os produtos a quantidade vendida pelos preços de venda, só lembrando que para se calcular as vendas feitas para o mercado externo é preciso converter a moeda dólar (us$) para reais (r$) através da cotação do dólar no período vendido e só após multiplicamos. por fim calculamos os impostos sobre as vendas que no estudo de caso foi apenas do mercado interno.
no próximo passo nos foi nos foi apresentado previsões para os mercados interno e externo, conforme o orçamento projetado:
• crescimento do volume de vendas (mi + me) de 2%
• aumento do preço de venda previsto 2t2010 (apenas pra o mercado interno), de 1,8%:
produtos 1t2010 2t2010 + 1,8%
produto a 160,00 162,88
produto b 115,00 117,07

• preço médio do dólar que no 1º trimestre era de r$ 1,70 no 2º trimestre passou a r$ 1,80 que ao convertermos utilizando os dados do primeiro passo temos:
produtos preço do dólar aumento médio dólar total
produto a 1,70 1,80 144,00
produto b 1,70 1,80 108,00

aumento previsto para o custo total unitário no 2t2010 que assim como o 1t2010 o custo é para ambos os produtos é de1,5% ,então encontramos o cmv, que na empresa zeta é de 323.125,25.
aplicando a d.r.e e apurando o lucro bruto temos:
d.r.e produto a produto b valor r$
venda brutas 396.086,40 392.121,66 788.208,06
mi 249.206,40 226.881,66 476.088,06
me 146.880,00 165.240,00 312.120,00
imposto s/ venda (sÓ nacional 22%) (54.825,41) (49.913,97) (104.739,37)
cmv - - (323.125,25)
lucro bruto - - 360.343,44

montamos a estrutura dos produtos a e b para o período do 1º trimestre/2010, apurando o custo do material direto por unidade, considerando materiais nacionais e importados na composição dos produtos a e b.
produto a origem estrutura do
produto sistema de compras preço unitário
material —
mp1 nacional r$ 3 6,50
componente n1.1 nacional r$ 2 1,50
mp2 importado u$ 2 9,52
componente l2.1 importado u$ 4 3,06
custo md a - - 20,58
produto b
material —
mp1 nacional r$ 5 4,20
componente n1.1 nacional r$ 9 1,20
mp2 importado u$ 2 10,20
componente l2.1 importado u$ 4 3,74
custo md b - - 19,34

obtivemos os valores totais dos custos fixos e a base de rateio destes custos envolvidos na produção do 1º trimestre/2010:
• aluguel da fábrica r$ 10.000, distribuído em função da área ocupada.

• energia elétrica r$ 80.000, distribuídos em função do consumo.

depreciação e outros custos diversos distribuídos em função das horas-máquina utilizadas na produção.
considerando que montagem usinagem e acabamento são departamentos produtivos e manutenção e adm departamentos de apoio.
aplicando o rateio:
a empresa utiliza para fins de realocação o critério da departamentalização com acumulações sucessivas.
sendo que os custos totais indiretos da adm r$ 2.602,00 serão distribuídos aos demais departamentos:
montagem 40% - usinagem 20% - acabamento 20% - manutenção 20%
para o rateio dos custos totais indiretos da manutenção r$ 15.517,00 já somado ao rateio da adm, checou a conclusão de que o departamento trabalhou:
montagem 30% - usinagem 35% - acabamento 35%
temos então os totais de montagem usinagem e acabamento somado ao rateio dos departamentos manutenção e adm. sabendo que a distribuição dos custos indiretos da montagem e do acabamento aos produtos foi feita em função do valor do material direto utilizado e também que o produto a passa pelos três departamentos produtivos com custo total de r$ 170.000 e o produto b passa apenas pela montagem e acabamento totalizando custo de r$ 116.059,03.

etapa 2 a departamentalização para apuração do custo total de produção
a departamentalização é obrigatória em custos para uma racional distribuição dos custos indiretos. cada departamento pode ser dividido em mais de um centro de custos. dividem-se os departamentos em produção e serviços. para a apropriação dos custos indiretos aos produtos, é necessário que todos estes custos estejam, na penúltima fase, nos departamentos de produção. para isso, é necessário que todos os custos dos departamentos de serviços sejam rateados de tal forma que recaiam, depois da sequencia de distribuições, sobre os departamentos de produção.
determinamos ao final deste exercício o custo total de produção da empresa zeta no 1º trimestre/2010 para o s dois produtos:
produto a: r$ 178.509
produto b: r$139.841
que divididos pelas quantidades produzidas pra o produto a 2.500 e b 3400 temos seu custo de produção por unidade:
produto a: r$ 71,40
produto b: r$41,13
etapa 3 projeÇoes de vendas, balanÇo patrimonial e d.r.e para 2t/2010
projeções das vendas 2t/2010
produto a produto b
venda em unidades 2500 3400
vendas m.i 1500 1900
venda me 1000 1500
mercado interno 249.206,40 226.881,66
mercado externo 146.880,00 165.240,00
impostos s/ vendas
mercado interno 54.825,41 49.913,97
mercado externo 0 0


balanço patrimonial para 2t/2010

ativo valor r$ passivo valor r$
circulante circulante
caixa/bancos 81.200,00 fornecedores 37.547,89
estoques 28.697,10 contas a pagar 20.300,00
clientes 128.905,00 imp. a recolher 5.075,00

não circulante não circulante
imobilizado 215.180,00 empréstimos 35.525,00
depreciação acum. (-) (73.080,00) patrimônio liq.
capital social 71.050,00
lucros acum. 211.404,20
total ativo 380.902,10 tot. passivo+pl 380.902,10

d.r.e 2t/2010
d.r.e produto a produto b valor r$
venda brutas 396.086,40 392.121,66 788.208,06
mi 249.206,40 226.881,66 476.088,06
me 146.880,00 165.240,00 312.120,00
imposto s/ venda (sÓ nacional 22%) (54.825,41) (49.913,97) (104.739,37)
cmv - - (323.125,25)
lucro bruto - - 360.343,44

a importância do sistema orçamentário
no competitivo ambiente de negócios de hoje, destacam-se em particular os profissionais da área contábil-financeira que veem os orçamentos como poderosa ferramenta capaz de levá-los a alcançar não apenas os objetivos de suas empresas, mas também seu próprio sucesso profissional.
um sistema de planejamento global é um conjunto de planos e políticas que, formalmente estabelecidos e expressos em resultados financeiros, permite à administração conhecer os resultados operacionais da empresa e, em seguida, executar os acompanhamentos necessários para que esses resultados sejam alcançados e os possíveis desvios sejam analisados, avaliados e corrigidos.
fundamentalmente, o sistema orçamentário implica na utilização de técnicas e procedimentos contábeis aplicados antecipadamente aos fatos decorrentes de planos, políticas e metas para a consecução de um resultado desejado. portanto, ao final do processo, são obtidos os demonstrativos financeiros preparados sob condições de premissas que se espera que aconteçam durante o período.
apesar de ser visto por alguns funcionários como mais uma manobra da administração para cercear sua liberdade e ação, bem como uma forma de investigar e controlar seus atos, a finalidade dos orçamentos, de acordo com sanvicente (2000, p. 16), é auxiliar nas tarefas de controle e planejamento, formalizando e sistematizando estas tarefas, criando assim condições para o aperfeiçoamento das ações administrativas, e permitindo uma aferição mais objetiva do desempenho dos diversos setores da organização.para narayanan (2009), os orçamentos desempenham quatro funções básicas, todas elas críticas ao sucesso geral de uma empresa em alcançar objetivos estratégicos: planejamento, coordenação e comunicação, monitoramento do progresso (controle), e avaliação do desempenho.
o orçamento funciona como uma ferramenta que os gerentes podem usar para monitorar periodicamente o progresso, comparando resultados reais com resultados planejados. esse feedback ou monitoramento e avaliação do progresso, por sua vez, permite que ações corretivas sejam tomadas oportunamente, se necessárias (narayanan, 2009).
portanto, a primeira finalidade do controle orçamentário é possibilitar à direção a tomada de decisões que corrijam as falhas existentes e procurar colocar a empresa no rumo certo. se, por outro lado, a avaliação periódica mostra que a organização está no rumo certo, com resultados reais que equivalem aos resultados planejados no orçamento, nenhum ajuste ao plano de ação será, então, necessário.

etapa 4 ponto de equlibrio e margem de contribuiÇao.
a alocação de custos fixos é uma prática contábil que pode, para efeito de decisão, ser perniciosa; por sua própria natureza, o valor a ser atribuído a cada unidade depende do volume de produção e, o que é muito pior, do critério de rateio utilizado. por isso, decisões tomadas com base no “lucro” podem não ser as mais corretas.
a margem de contribuição, conceituada como diferença entre receita e soma de custo e despesa variáveis, tem a faculdade de tomar bem mais facilmente visível à potencialidade de cada produto, mostrando como cada um contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos, e, depois, formar o lucro propriamente dito.
na alta taxa de inflação trabalha-se com receitas, custos e despesas a valor presente e em moeda constante.
para encontrar o ponto de equilíbrio operacional precisamos calcular a margem de contribuição, pois por se tratar de dois produtos, através das porcentagens do mix de vendas calculamos média ponderada.
nenhum custo ou despesa é perfeitamente fixo, e muitas vezes também não existe custo ou despesa perfeitamente variáveis. as representações gráficas de ambos têm validade apenas dentro de certa oscilação no volume da atividade. por isso, o ponto de equilíbrio também tem validade restrita.
existem, pelo menos, três pontos de equilíbrio: contábil, quando receitas menos custos e despesas totais dão resultado nulo; econômico, quando dão como resultado o custo de oportunidade do capital próprio empregado; e financeiro, quando o valor das disponibilidades permanece inalterado, independentemente de haver resultado contábil ou econômico.
a cada 1% de alteração nos custos e despesas fixos ocorrem os mesmos 1% de mudança no ponto de equilíbrio; mas se for a mudança sobre os custos e despesas variáveis, o efeito dependerá do grau de alteração na margem de contribuição unitária.
então temos:
margem de contribuição = preço de venda – (custos variáveis + despesas varáveis) que para o produto a foi de r$ 80,00 e produto b r$ 60,00.
média ponderada unitária = margem de contribuição x mix de vendas, totalizando com a soma dos dois produtos r$ 67,20 somente após podemos chegar ao ponto de equilíbrio:
ponto de equilíbrio= ( custos fixos + despesas fixas )
margem de contribuição
temos então: ponto de equilíbrio = ( 45.000,00 + 53.000,00 )
margem de contribuição 67,2
ponto de equilíbrio = 98.000,00
margem de contribuição 67,2
ponto de equilíbrio = 1.458,33
o ponto de equilíbrio de ambos os produtos a e b totalizou 1.458,33 quantidades e só a partir destas quantidades vendidas que teremos a obtenção de lucro. porém após encontrarmos os totais devemos através do mix de vendas designarem a quantidade exata para produto.
através da demonstração abaixo verificamos que para empresa pagar seus custos e despesas totais, obtendo lucro zero são necessárias vendas de 525 unidades do produto a e 933,33 do produto b.






relatório final
toda a etapa do atps de gerenciamento estratégico de custos nos possibilitou quanto ao aprofundamento na questão da apropriação dos custos e no entendimento da necessidade de departamentalização para apuração do custo total da produção de uma empresa, assim como a obtenção do ponto de equilíbrio operacional para saber a partir de quantas quantidades vendidas cobrimos nossos gastos na obtenção do bem, para então obter o desejado lucro.
com a conclusão desse estudo de caso da empresa zeta notamos a grande importância de um plano orçamentário, no qual gerenciamento de custos se torna uma ferramenta grandiosa no que diz respeito a tomar decisões. planejar é tudo, é assim que a maioria das empresas conseguem se mantiver no mercado, pois grande parte das organizações fracassam já no primeiro ano de existência, por falta de um bom planejamento.


referencias bibliograficas
http://www.administradores.com.br, acesso em: de 14 setembro 2012.
<docs.google.com
dzjvjyze5zdctowvmns00zme2ltlhndutmzy2ngfkndeyytiz&hl=en_us>, acesso em: 18 de agosto 2012.
<docs.google.com
aynkxpdmjcxmwi3mzitndzlmi00otrhlthmodatmjkxote1zgnimgm2&hl
=en_us>. acesso em: 28 maio 2012
martins, eliseu. contabilidade de custos. 10. ed. são paulo: atlas, 2010
padoveze, clovis luís. controladoria estratégica e operacional. 2. ed. são paulo:
cengage learning, 2009.

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