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Novo Balanço de Abertura

Joao Vitor Lopres

Joao Vitor Lopres

Iniciante DIVISÃO 4, Não Informado
há 11 anos Quarta-Feira | 15 maio 2013 | 11:01

Bom dia caros colegas,

Recebi um cliente que tinha sua escrituração com outro profissional totalmente inexata, com saldos de contas remanescentes de exercício anteriores que não existem mais, pagamento de prestações de empréstimo bancário lançados no resultado e sem contrapartida no passivo, enfim, uma série de erros dos mais básicos aos mais grotescos. Minha pergunta é a seguinte? Posso eu, como responsável da escrita a partir de agora elaborar um novo balanço de abertura? Ficará muito complicado e trabalhoso ter que corrigir todos os inúmeros erros que foram feitos nessa escrituração contábil. Desde já agradeço,

Att,

Joao

LUCIANO CERQUEIRA RAMOS

Luciano Cerqueira Ramos

Bronze DIVISÃO 4, Contador(a)
há 11 anos Quarta-Feira | 15 maio 2013 | 12:09

Bom dia!

João Vitor, não é adequado elaborar um novo balanço de abertura, tendo em vista que o balanço anterior já foi encerrado (suponho) e assinado pelo representante legal e antigo contador. A entidade é um organismo vivo, e o balanço patrimonial, mesmo que mal elaborado, traz a história financeira e patrimonial da entidade. Sugiro que faça as correções contábeis no exercício corrente.

Abaixo uma matéria sobre retificação de lançamentos contábeis:

AJUSTES CONTÁBEIS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES



Os registros dos fatos contábeis são suscetíveis de erros, que poderão ou não interferir na apuração do resultado e, conseqüentemente, na base imponível do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) relativo ao exercício em determinado período.

Partindo do pressuposto de que a escrituração contábil é a fonte de informações para a apuração do lucro ou prejuízo fiscal, qualquer erro no registro de um fato, via de regra, poderá provocar o aumento ou diminuição do imposto devido em determinado exercício.

CRITÉRIO PARA UTILIZAÇÃO DA CONTA "AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES"



De acordo com a Lei da S/A (Lei 6.404/1976), o lucro líquido do exercício não deve estar influenciado por efeitos que pertençam a exercícios anteriores, ou seja, deverão transitar pelo balanço de resultados somente os valores que competem ao respectivo período.



Como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.



MUDANÇA DE CRITÉRIO CONTÁBIL



A modificação de métodos ou critérios contábeis poderá ter ou não efeitos relevantes e, também, poderá influenciar ou não a apuração do lucro líquido do exercício.



Observe-se que quando a modificação de métodos ou critérios contábeis afetar a apuração do lucro líquido do exercício, o efeito correspondente deverá ser lançado, conforme o caso, a débito ou a crédito da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados".



Como exemplos de alterações de critérios contábeis:



a) alteração do método de avaliação dos estoques (do custeio direto para o custeio por absorção ou do Fifo para o médio, etc.);

b) passagem do regime de caixa para o de competência, na contabilização do Imposto de Renda (e outros passivos);

c) mudança no método de avaliação dos investimentos (do método do custo para o da equivalência patrimonial).



RETIFICAÇÃO DE ERROS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES



A retificação de erros de exercícios anteriores poderá afetar, também, o lucro líquido do exercício. Nesse caso, o valor correspondente a retificação será lançado, conforme o caso, a débito ou a crédito da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados". Note-se que os ajustes são aqueles resultantes de efeitos na retificação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.



O contabilista deve ter bastante cautela e prudência para registrar ajustes por erros de exercícios anteriores diretamente na conta de Lucros Acumulados, e não se deve dar esse tratamento a pequenos valores.



ERROS COM CONTAS PATRIMONIAIS



Regra geral, os erros cometidos com contas patrimoniais, tais como inversão de lançamento, contrapartida a débito em conta indevida ou contrapartida a crédito em conta indevida, não provocam influência na determinação do lucro e, por inferência, no resultado tributável do exercício.



O reflexo na determinação do resultado do exercício, via de regra, só ocorre quando a contrapartida das contas patrimoniais transitar pelo balanço de resultados e, conseqüentemente, se traduzem em aumento, redução ou postergação do pagamento do Imposto de Renda.



AUMENTO INDEVIDO DO RESULTADO NA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL



Os erros contábeis mais comuns que se traduzem em aumento indevido do resultado podem ocorrer devido a:



a) despesa lançada a menor do que a efetivamente paga ou incorrida;

b) receita lançada a maior ou manutenção na contabilidade de valor de receita, cuja Nota Fiscal já foi objeto de cancelamento;

c) falta de registro referente a baixa de bens do ativo permanente.



Fora os casos exemplificados, existem outros que podem causar distorções na determinação do resultado.



PROCEDIMENTO CONTÁBIL PARA REGULARIZAÇÃO DO ERRO



Supondo-se que os erros que provocam aumento indevido do resultado tenham sido detectados após o encerramento do período, o procedimento contábil a ser seguido pela empresa será o seguinte:



a) lançamento de ajuste a débito da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores";

b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta "Lucros ou Prejuízos Acumulados";

c) diminuir do valor a ser retificado a parcela correspondente ao Imposto de Renda.



REDUÇÃO INDEVIDA DO RESULTADO NA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL



Por sua vez, os erros de natureza contábil que implicam redução indevida do resultado, via de regra, são ocasionados por:



a) registro em duplicidade de uma nota fiscal de fornecedor;

b) subavaliação do estoque final de mercadorias, resultando em aumento excessivo do Custo das Mercadorias Vendidas;

c) inobservância do regime de competência na escrituração da receita, rendimento, custo ou dedução;

d) registro a débito em conta de resultado referente a conserto de bens do ativo imobilizado, que resulte em aumento da vida útil superior a um ano em relação a sua (s) data (s) de aquisição;

e) constituição da provisão para férias em valor superior ao devido, etc.



PROCEDIMENTO CONTÁBIL PARA REGULARIZAÇÃO DO ERRO



Na hipótese que os erros que provocaram a redução indevida do resultado tenham sido detectados após o encerramento do balanço, não sendo mais possível o estorno ou retificação dos lançamentos efetuados, o procedimento contábil a ser seguido pela empresa será o seguinte:



a) lançamento de ajuste a crédito da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores";

b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta "Lucros ou Prejuízos Acumulados";

c) contabilizar a parcela correspondente ao Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o ajuste, caso houverem.

Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/ajustesexercanteriores.htm

A dúvida que me paira no ar é: não foi elaborado o termo de Transferencia de Responsabilidade Técnica? Esse documento é obrigatório atualmente e além disso, é necessário para as boas práticas contabeis.

espero ter ajudado.

abraços.

Luciano Cerqueira
Contador
Especialista em Controladoria e Finanças
Especialista em Direito Tributário
Paulo Henrique de Castro Ferreira
Consultor Especial

Paulo Henrique de Castro Ferreira

Consultor Especial , Contador(a)
há 11 anos Quarta-Feira | 15 maio 2013 | 19:55

Boa noite João Vitor

É até melhor começar mesmo do zero.

Aconselho a verificar o que a empresa tem de fisico, saldos de bancos, estoques, contas a pagar e areceber, impostos, folha.

É trabalhoso mas compensa.

att

Atenciosamente.

Paulo Henrique de C. Ferreira
Contador CRC MG 106412/O - Perito Contábil CNPC 087 - Avaliador Imobiliário CNAI 23358
Avaliação de empresas e processos de transferência societária;
Especialista em 3º Setor e em fusões, cisões e incorporações;
https://www.psce.com.br
Atenção: não dou consultorias por telefone! Somente por e-mail ou via whatsapp (audio ou mensagem)
LUCIANO CERQUEIRA RAMOS

Luciano Cerqueira Ramos

Bronze DIVISÃO 4, Contador(a)
há 11 anos Quinta-Feira | 16 maio 2013 | 09:34

Bom dia!

Caros colegas, verificando os comentários, ainda afirmo que as correções será a melhor saída, pois, não existe previsão legal para que façamos apenas um novo balanço de abertura sem estar enquadrado nas seguintes situações:

1 - Entidade sem escrituração mercantil que passa a elaborar a Escrituração deve fazer levantamento patrimonial e balanço de abertura;
2 - Entidade em um regime tributário com escrituração livro caixa passa a escriturar livro diário, precisa fazer levantamento patrimonial e balanço de abertura;
3 - Entidade do Lucro Presumido, Simples Nacional que migra para Lucro Real, faz-se o levantamento patrimonial e pode-se fazer balanço de abertura;

Vejo que de qualquer forma terá de fazer os ajustes, pois, o levantamento patrimonial é essencial.

o ideal é fazer o seguinte:

1 - Levantamento patrimonial da Empresa que assumiu a responsabilidade técnica;
2 - Elaboração de Balanço ou Balancete através desse levantamento;
3 - Comparar o balanco ou balancete elaborado com o recebido anteriormente encerrado;
4 - Proceder com os ajustes na forma que a legislação permite e manter os históricos;
5 - Dar "start" na escrituração contábil de forma correta.

Dessa forma irá fazer de acordo com a legislação, mesmo tendo trabalho, e ficará resguardado em uma possível fiscalização, pois, o erro anterior não pode ser assumido por você.

O balanço deve espelhar a realidade patrimonial da empresa, e se os ajustes são necessários, seria o ideal que fossem espelhados nele também.

Espero ter ajudado.

Abraços.

Luciano Cerqueira
Contador
Especialista em Controladoria e Finanças
Especialista em Direito Tributário
Paulo Henrique de Castro Ferreira
Consultor Especial

Paulo Henrique de Castro Ferreira

Consultor Especial , Contador(a)
há 11 anos Quinta-Feira | 16 maio 2013 | 10:05

Bom dia Cláudia.

Exatamente.

Como a escrituração não esta correta e com certeza está afetando a real situação da empresa é a melhor solução.

att

Atenciosamente.

Paulo Henrique de C. Ferreira
Contador CRC MG 106412/O - Perito Contábil CNPC 087 - Avaliador Imobiliário CNAI 23358
Avaliação de empresas e processos de transferência societária;
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