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Contabilização de Transferência de Mercadorias de Estoque en

Eduardo Barros

Eduardo Barros

Bronze DIVISÃO 2, Contador(a)
há 9 anos Sábado | 20 dezembro 2014 | 01:23

Boa noite,

Sou da área de TI, porém formado em Ciências Contábeis.
Estou participando de uma equipe para a implementação de um sistema ERP, que é líder de mercado mundial.

Estamos com um problema conceitual contábil e gostaria de ter uma ou umas orientações sobre o problema do assunto.

O que ocorre?
- Estamos testando e validando a contabilização de transferência de mercadorias de estoque de nossa filial em Santa Catarina para São Paulo. Esta filial recebe a mercadoria e transfere tudo para SP.

A contabilização que o sistema está fazendo é:

FILIAL SANTA CATARINA
D: Matéria-prima de SP
C: Matéria-prima de SC

Nossos Contadores não concordam com a contabilização pois deveria ser em 2 atos, sendo primeiro uma contabilização na filial SC e segundo a entrada da MP na filial SP, da seguinte forma:

FILIAL SANTA CATARINA
D: Matéria-prima em trânsito
C: Matéria-prima de SC

FILIAL SAO PAULO
D: Matéria-prima de SP
C: Matéria-prima em trânsito

Os donos do sistema discordam dos nossos Contadores, alegando que a Contabilidade de uma empresa no Brasil é entregue de forma centralizada, desta forma, estaria correto a contabilização deles, isto é, no ato da emissão da NF de transferência.

Alegamos que a mercadoria não entrou fisicamente na filial SP, desta forma, deveria ser contabilizada somente quando da entrada efetiva, porém eles não arredam pé na sua posição.

Algum colega poderia contribuir com este assunto, pois eles (donos do sistema) somente tratarão da forma comentada pelos Contadores, se houver uma legislação que oriente isto????

Desde já agradeço.

Eduardo


Att,
Eduardo Barros

Marcos Vinicius Araujo Moura Silva

Marcos Vinicius Araujo Moura Silva

Ouro DIVISÃO 2, Contador(a)
há 9 anos Terça-Feira | 23 dezembro 2014 | 11:02

Prezado Eduardo Barros,

Desconheço alguma obrigação legal para que a contabilização seja feita com a metodologia sugerida pelos contadores da empresa (o qual concordo). Contudo, existe consequências, como em possíveis fiscalizações o estoque está com saldo errôneo pelo estoque da filial recebedora da mercadoria estar superavaliado e consequentemente os impostos incidentes sobre tal situação, isto apenas para citar o que me vem a memoria no momento. Veja com seus contadores principalmente sobre a legislação do ICMS de ambos estados e a repercussão da contabilização "sugerida" pela empresa do software.

E pessoalmente se estivesse no seu lugar iria considerar de forma substancial se esta empresa seria uma boa opção de fornecedor de software para a minha empresa, pois, se no ato de instalação e parametrização do sistema já está ocorrendo problemas quanto a relação e atendido as suas necessidades, o que você poderá esperar em situações futuras, com certeza eles não irão oferecer nada melhor do fornecido no momento. Fica a dica.

At.
Marcos Vinicius

Cristiano Fuchs

Cristiano Fuchs

Bronze DIVISÃO 4, Técnico Contabilidade
há 9 anos Terça-Feira | 23 dezembro 2014 | 11:06

Segundo a NBC T 2.6 (Da Escrituração Contábil das Filiais) a entidade que possui filiais deverá ter registros contábeis que permitam a identificação das transações de cada uma dessas unidades, assim como permite a escolha pelo nível de detalhamento da escrituração contábil.
Sendo assim, a forma como são apresentadas as demonstrações contábeis no Brasil (de forma consolidada) não impedem uma escrituração detalhada e de maneira descentralizada por filial. Logo os contadores de sua empresa estão com os argumentos corretos, pois a forma como eles realizam a escrituração, dando entrada na filial para depois dar entrada na matriz após a transferência, é sem dúvida nenhuma o que reflete a realidade dos fatos e melhor identifica as transações de cada estabelecimento. Ainda, a empresa de software não pode obrigar a sua empresa de realizar a escrituração centralizada, esta é uma escolha da empresa e consequentemente e o sistema ERP tem de se adaptar.

Cristiano D. Fuchs

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