Entendo Gilberto C. Olgado
Mas essa relação precisa ser mútua.
Não podemos deixar a realidade de lado para esses casos.
Acredito sim, que existem Contadores mais preocupados com o valor do honorário, do que exercer a profissão a qual se dedicaram tando.
Infelizmente, por mais profissional que tente ser o Contador, ele ainda fica a mercê de certas situações as quais o Contribuinte o deixa "em apuros". Daí, muitas vezes para não perder o cliente, acaba se sujeitando aos caprichos do mesmo. Entende que isso é errado, mas nos dias atuais, de crise, entendo os contadores que não conseguem "negar" certas coisas.
E outra, quando o contribuinte se apresenta ao Contador, este último, orienta sobre toda a forma de trabalho dele, acontece que é só durante a vida empresarial do contribuinte, que se virá a tona a verdadeira forma de trabalho do mesmo. Muitas coisas podem ocorrer: oportunidades de negócios, problemas financeiros graves, que ele (contribuinte) sabe que, se passar para o Contador, o mesmo irá restringir. Por isso eu disse que, geralmente, os contribuintes só procuram o Contador quando o "barco está afundando". É ai que entra o termo de "parceria" que mencionei anteriormente, mas não no sentido de "sociedade", mas sim no sentido da união entre empresario e contador, a fim de interesse em comum.
Entendo que o Contador profissional, que tem orgulho de sua formação, tem essa preocupação, de estar próximo ao contribuinte. Acontece, por mais que ele queira, não está lá dentro da empresa acompanhando cada situação que a empresa vive. Existem negócios e práticas que grande parte dos empresários, infelizmente, não abre para o Contador. A culpa é do Contador? Eu penso que não. Uma coisa é você compactuar com um procedimento errado do contribuinte, outra coisa é você ter que sanar um problema depois que ele já aconteceu. O que você sugere? Abandonar o contribuinte? Acredito que não.
E o que você disse é extremamente importante. Infelizmente em 2015 ainda existem empresários que tem a ilusão (só pode ser isso) que o tributo que recolhem, todo ele ou parte dele, é direcionada ao Contador. Você quer ver isso se agravar quando tratamos de assuntos fiscalizatórios. E o problema é que ainda existem contadores que "passam a mão na cabeça" do empresário, que acaba não aprendendo nada com esta situação, e continua a praticar coisas ilícitas.
Nós aqui sempre costumamos a trabalhar no sentido de orientação com visitas técnicas, com Conferências e treinamentos, enfim, todo o tipo possível de auxílio, mas infelizmente são poucos os empresários que comparecem, ou dão aberturas de suas empresas para nós. Preferem "guardar segredo" daquilo que fazem. Infelizmente, uma realidade, não só nos dias de hoje, mas como sempre. É algo que precisaria mudar. Eu mesmo (não sei se partilhamos da mesma opinião) mas se o "camarada" deseja ser mesmo um empresário, deveria antes fazer um curso para isso, para saber e entender os riscos caso queira levar a sua empresa a uma vida ilícita.
E mais, um pouco de tudo isso, ao meu ver é do Fisco. O Fisco precisa parar de transferir tanta responsabilidade ao Contador. Pelo menos aqui no Estado de São Paulo, ou até mesmo, por parte da Receita Federal, sempre que existe um projeto novo, é o Contador quem padece. É preciso criar uma nova visão (se é que ela já não existe) de que somos representantes sim, perante ao Fisco, dos Contribuintes que nos contratam, mas não somos nós responsáveis por aquilo que eles (contribuintes) fazem de errado. É preciso entender que, a maioria dos Contadores, principalmente os mais sérios, orientam sobre os riscos no adotar de procedimentos errados, e que na maioria dos casos, o contribuinte preferiu continuar no erro. Por isso, eu acredito que o Fisco deveria ter uma proximidade maior junto ao empresário.
Enfim, é como você colocou e não se pode generalizar, e temos isso comprovado que, as empresas que seguem as orientações do seu Contador, mesmo em casos de fiscalização (algo que não se dá para prever, pois existem "N" situações que atraem o Fisco), saíram praticamente que ilesas, porque foram "obedientes" às nossas determinações. O duro são aqueles que praticaram ou continuam a permanecer no erro, por achar que nunca sofrerão uma penalidade, ou até mesmo dispõe de um valor em bens considerável que para ele, pagar uma multa "aqui ou outra ali", não "desfalcam" suas fortunas.
Acredito que esse cenário irá mudar quando o Fisco passar a ser ainda mais atuante. Enquanto isso vamos nós trabalhando com os "bons" empresários e os "maus" empresários, torcendo para que esses últimos, um dia, possam mudar a maneira que comandam suas empresas e principalmente, a maneira com que veem a figura do Contador.