Contabilização de Bancos!!! O TERROR do escritório das peque

Boa tarde caros colegas,

Sou contador e empresário de um escritório terceirizado de contabilidade. 99% dos meus clientes são pequenas empresas e optantes pelo simples nacional.

Venho sofrente há algum tempo quanto a contabilização dos bancos dos clientes, pois na região onde atuo, os empresários não possuem qualquer controle financeiro ou de gestão dos seus negócios (salvo algumas exceções).

Por mais que eu tente, tente, tente e tente novamente, NÃO adianta, acabam sempre ocorrendo os seguintes fatores:

1) o cliente esquece de enviar o extrato e é sempre um Sacrifício ENORME fazê-los enviar;
2) o cliente utiliza a conta pessoa jurídica para fins pessoais, desde compras em supermercados, cafeterias, motéis, etc. E POR MAIS QUE EU ORIENTE, ENVIE E-MAIL, PUXE A ORELHA DESTES CLIENTES, não adianta, continuam fazendo a mesma coisa. Mesmo eu demonstrando o quanto isso é prejudicial para sua empresa e a contabilidade, que além de saldos fictícios possui uma grande chance de autuações do fisco.

Minhas dúvidas para com os colegas são:

O que vocês fazem em seu escritório quanto a esta questão?

Fazem os clientes assinarem aquele modelo de responsabilidade previsto na ITG-1000 e lavam as mãos? Ou apenas lançam a conciliação bancária tudo a caixa para facilitar o serviço? (mesmo sabendo que este procedimento é anti-ético e contra as normais e princípios da contabilidade).

Lançam os débitos e créditos não comprovados em conta específica "Saldo de lançamentos não comprovados", enfim.

O que fazem pelo amor de Deus para resolver este problema?

PS: um tiro no cliente não é uma opção e se for demitir todos os clientes que fazem isso na minha região então vou vender açaí na praia.

Hugo Campanha,

Situação complicada essa, não somente sua mais acredito que uma grande parte dos contadores sobre com isso

Boa tarde,

Concordo, é dolorido principalmente para o bolso.

Aqui, quando da contratação, deixamos claras as obrigações dos clientes. Caso não sejam cumpridas depois de três cobranças por escrito onde "lembramos" do Contrato de Prestação de Serviços" celebrado com eles e também da reunião primeira, preferimos devolver a contabilidade.

Isto porque é preferível ter menos problemas do que mais dinheiro.

Se todos agissem de forma parecida, certamente os clientes já teriam se conscientizado da importância do assunto. O real "problema" que vemos é que recusa-se em continuar responsável pela contabilidade (se é que pode-se chamar assim) mas para tais "clientes" não há problema algum, pois existem centenas de outros contadores que ainda preferem correr o risco desde que mantenham o dinheiro no bolso, mesmo que seja pouco.

...

Boa tarde colegas,

Sofremos com esse problema cronico,sofremos com o mesmo...

Fazemos da seguinte forma, mandamos ao Caixa, retiradas de sócios e assim vai, deixamos claro ao cliente, a contabilidade não ficará 100% por responsabilidade dos erros que ele comete, e quando anunciamos isso a algumas empresas, tratam de corrigir, agora os pequenos é difícil corregi...

Oi Hugo e demais colegas...
tbém acredito ser um problema de todos os escritórios contábeis.
Muito difícil mantermos os clientes na linha p/ fazermos a contabilidade correta.
Qto a estes "gastos pessoais" contabilizo como Antecipação de lucros.
E sempre oriento ..porém na maioria das vezes sem sucesso!

Caro Hugo,

Acredito que essa questão varia de região para região, mas há um fator preponderante para que esse vício aos poucos desapareça: ação da fiscalização. Outra sugestão descrevo no último parágrafo desta postagem.

Sendo uma obrigação exigida por lei de que as empresas contabilizem as operações bancárias, o fisco estadual da minha região não abriu mão dessa prerrogativa, e ao exigir do primeiro, os demais contribuintes ficaram atentos quando a essa obrigatoriedade.

Aos poucos essa "cultura" passou a ser incorporada no dia a dia das empresas, e falando por meu escritório, estimo que nesse trabalho formiguinha, 80% dos clientes contabilizam regularmente as contas bancárias.

Optei por ganhar menos ao ter um número menor de empresas em minha carteira e diante dessa seletividade, sobra mais tempo para acompanhar os clientes, acrescentando que a qualidade de vida melhorou bastante.

Por fim, quando elaboro meu Contrato de Prestação de Serviços, faço constar cláusula da obrigatoriedade da contabilização das contas bancárias.

O trabalho é longo, mas comece aos poucos: invista projeto piloto num cliente que considera mais organizado e consciente das suas obrigações tributárias e não duvide, como procedimentos bons são copiados, outros logo o farão também.


Boa sorte.