Colegas,
boa noite.
Tenho acompanhado este tópico a algum tempo e ciente das grandes responsabilidades que temos no desempenho do nosso ofício, tenho a manifestar o seguinte, em meus modestos (mas sinceros) pontos de vista:
1 - Não podemos almejar sucesso e força coletiva se nós profissionais sequer nos reunimos ocasionalmente para troca de idéias;
1.1 - Não tendo essa coesão, fica muito fácil culpar o governo por nossas agruras;
1.2 - Em nosso meio, podemos contar quantas cidades possuem associação de contadores/contabilistas, ou mesmo representação política.
2 - Com as constantes obrigações acessórias a que estamos sujeitos (sped de toda natureza), a substituição do papel pelos arquivos magnéticos, há de se perguntar quantos profissionais sobreviverão a essa nova era.
2.1 - Certamente alguns migrarão para outras áreas que não exijam tamanha responsabilidade ou simplesmente vislumbrando uma melhor qualidade de vida.
2.2 - Imagine nosso desespero ao saber depois de meses que esquecemos de enviar uma DMED, um SPED Contábil, um E-Lalur... como arcar com multa de R$ 5.000,00 por mês por cada arquivo não enviado?
2.3 - Então, não havendo uma boa equipe de trabalho, com estudos continuados e clientes seletivos, a situação de fato causa um grande temor e muitos tremores.
3 - Acredito que não devemos nos preocupar com a quantidade de clientes que temos, já que a qualidade deverá ser soberana e se houver apresentação de um bom trabalho, com certeza seremos reconhecidos a altura. Os "profissionais" que leiloam o valor dos seus honorários devem ser desconsiderados, já que em algum momento terão que prestar contas pelo "serviços prestados".
MEDITEMOS:
3.1 - Quantos de nós discutiu um balancete, um balanço, uma DRE com nossos clientes nos últimos tempos?
3.2 - Quem se dignou a fazer um comparativo para o cliente para saber se o lucro real não seria mais benéfico que o lucro presumido para 2012?
3.3 - Em nossa carteira de clientes, quantos possuem escrituração contábil? Quantos contabilizam a conta bancos?
3.4 - Ainda estamos naquela época em que só nos preocupávamos com o relatório do estoque em 31 de dezembro de cada ano?
3.5 - Qual foi a última vez que participamos de um congresso ou curso sobre as mudanças correntes?
3.6 - Temos tido tempo para estudar a legislação ultimamente?
4 - Após ponderação sobre os quesitos acima, o valor dos honorários a serem cobrados passariam a ser mera conseqüência, afinal, já se têm um produto estruturado para entrega e essa diferenciação (que deveria ser regra) poderá (ou deverá) ser o diferencial nas negociações.
5 - A figura do profissional contábil aos poucos está espelhando um novo foco, que seria a assessoria propriamente dita. Devemos nos preparar para isso também, participando mais ativamente na vida gerencial das empresas.
Não adianta achar que o governo, a Receita Federal e afins são os culpados por nossas agruras, afinal, se nos sentimos injustiçados ou mal remunerados, temos a opção de arregaçar as mangas e enfrentar os desafios, sempre iniciando pelo planejamento. Ou então migrar para uma outra profissão que nos aconchegue melhor física e mentalmente.
Observando o mercado, tenho por mim que os caminhos da contabilidade nos levarão a uma estrada que só abrigará profissionais que alcançarem um mínimo de excelência nos serviços prestados, pois do contrário, sucumbirão a tantas mudanças. Fatalmente.
O caminho é longo, árduo. Perderemos ainda muitas noites de sono, continuaremos a "madrugar" em nossos escritórios em época de imposto de renda ou quando formos montar recursos.
Não esperemos que os resultados pelas mudanças venha da noite para o dia, podendo demorar meses ou anos. O importante e mais difícil é termos a conscientização de que devemos mudar nossos conceitos em nossa forma de administrar, cientes da nossa grande responsabilidade que é ser contador(a)/contabilista, especialmente nessa época de intensas e constantes mudanças.
Poderia continuar enumerando vários outros quesitos que nos farão concluir que as mudanças que tanto almejamos devem começar por nós mesmos, priorizando o conhecimento das leis, ou seja, só estudando muito. Muito e sempre.
Entendendo que este tópico cumpriu o seu propósito, ainda que sem resultados conclusivos, peço licença aos colegas para trancá-lo.
Boa sorte a todos!!!
Hugo.