Olá, Gustavo Conchal, boa tarde!
Tudo bem?
Vejamos o que posso lhe ajudar a esclarecer estes pontos nevrálgicos.
A sociedade empresarial está caminhando muitas vezes pelo amor, e tantas outras pela dor, para o que chamamos a “era do conhecimento”, através da impregnação do capital intelectual aos seus processos de gestão. Pois o governo fez a sua parte, e olha que não é de hoje que se trabalha SPED, tudo começou muito antes da data da implantação do primeiro projeto SPED, tais como a Nota Fiscal Eletrônica – NF-e. Mas para esta parte teórica recomendo a leitura dos livros do autor Roberto Dias Duarte, justamente lá encontrará alguns auxílios para compreender a solução para sua dúvida, pois muito do que sei foi muitas vezes pela dor e outras tantas pelo amor para compreender o tamanho do Projeto SPED.
Mas, de modo prático, vou tentar explicar sobre a reponsabilidade em poucas linhas, e de modo muito rápido, “a responsabilidade pela geração é dos três envolvidos”; Empresário (Dono do negócio) X Fornecedora de Software (ERP) X Contador (responsável pela gestão contábil do empresário).
Pois, em minha vivencia de SPED, desde 2006, com as primeiras notas fiscais eletrônicas, verifiquei que o projeto SPED queria era detalhar os processos da empresa para o fisco, caminho este sem volta, o que acabaria com aqueles péssimos costumes dos empresários em “dar jeitinho” para tudo.
Por algum tempo passamos em um cliente, o seguinte problema, três fornecedores de software e nenhum comunicava com o outro, pois nenhum dos três queriam entregar seus lay outs ao outro, eram três analistas de sistemas brigando entre si, durante muito tempo. Mas, em pouco a direção e o departamento contábil a qual fazia parte resolveu estudar uma maneira de comunicar os três sistemas e pouco progrediu, pois os analistas ficavam irredutíveis. O jeito foi eleger um só para criar o sistema da empresa, de maneira integrada onde pudéssemos controlar senão tudo, mas uma boa parte, e assim o fizemos, hoje tivemos que ampliar naquele cliente a área de TI, que ganhou uma área de desenvolvimento e atender todas estas regras de negócios existentes demandados pelos projetos SPED’s.
Em outra ocasião, em outro cliente tínhamos a seguinte situação:
O cliente tinha o sistema administrativo de sua empresa, (contas a pagar, receber, faturamento, cobrança, financeiro, estoque, e produção), mas não gerava contábil, fiscal, e outros tantos. Neste primeiro passo, solicitamos a empresa se ela não tinha como contatar o fornecedor de ERP para verificar se eles tinham a linha contábil e fiscal para fazemos uma espécie de integração das operações para lá mesmo gerar o contábil e fiscal. A resposta foi sim. O fornecedor de ERP tinha a linha contábil e fiscal, e migramos naquele cliente para este sistema que passou a ser integrado, ao invés de como acontecia enviar um envelope pardo com todos os documentos para lançamentos manuais e posterior envio de guias. E neste momento minha consultoria enviou um analista para ficar a disposição deste cliente para qualquer eventualidade. E hoje contamos com a geração do SPED toda perfeita, e conferida antes de qualquer envio.
Noutro cenário tivemos outra situação:
O cliente, era pequeno/médio porte, e com uma especificidade, “pão-durismo” do dono da empresa, que não queria investir, tivemos o maior trabalho, até porque ele não tinha sistema, e fazíamos através dos nossos somente os da gestão contábil, e quando chegou no projeto SPED não teve jeito, ele abriu o bolso, e colocou um sistema, que não gerava contabilidade, mas era muito bom em outras situações. Sendo assim, nosso trabalho aumentou, mas conseguimos que o fornecedor dele de ERP gerasse um arquivo txt, com os movimentos financeiros, de estoque, e de faturamento e compras para o nosso contábil, através da mascara contábil, hoje geramos o ECD sem atropelos, e o EFD Fiscal, o fornecedor de ERP teve muito trabalho, pois dependia dele implementar uma série de campos, já obrigatórios, assim tivemos que ir em socorro, e agregar valor a eles, como deveria ser cada campo e suas implicações na geração do SPED Fiscal.
Assim Gustavo, eu vejo que devemos andar de mãos dadas, pois em algum momento os dados do seu sistema será necessário para gerar os arquivos digitais, quanto a Escrituração Contábil Digital é praticamente todos os dados pelo ERP gerados através de pagamentos, provisões, recebimentos, faturamentos, custo e etc. Já a Escrituração Fiscal Digital, é praticamente dependente os produtos neles inseridos, pois o PIS/Cofins é apurado por produto, e o ICMS idem, juntamente com o IPI. Ficaria difícil se esses elementos de posse do seu sistema ainda fossem redigitados pelo contador, o que inviabilizaria qualquer honorário contábil deste serviço. Portanto, atue em parceria com o escritório contábil, e a empresa, pois será impossível pensar em SPED ontem, hoje e futuramente sem uma base ERP bem sólida.
Espero ter contribuído com a solução em tese de sua demanda.
Um forte abraço!
Vanderlan Falcão
Contador
@Oculto
FJ Consultoria e Assessoria Empresarial