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Receita Federal cria a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira

Instrução Normativa RFB 811/2008

02/02/2008 18:19:02

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INSTRUÇÃO NORMATIVA 811 RFB, DE 28-1-2008
(DO-U DE 29-1-2008)

DIMOF
Instituição

Receita Federal cria a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira
A DIMOF será apresentada, obrigatoriamente, pelos bancos de qualquer espécie, pelas cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo para informar as operações financeiras de seus clientes em que o montante global movimentado no semestre tenha sido superior a R$ 5.000,00, para as pessoas físicas, e R$ 10.000,00, para as pessoas jurídicas. A declaração deverá ser entregue até o último dia útil dos meses de fevereiro, informando as operações financeiras realizadas no 2º semestre do ano anterior, e agosto, informando as operações financeiras realizadas no 1º semestre do ano em curso. Excepcionalmente, a DIMOF relativa ao 1º semestre de 2008 poderá ser apresentada até 15-12-2008.

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição conferida pelo artigo 224, inciso III, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 95, de 30 de abril de 2007, e tendo em vista o disposto no artigo 5º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, no Decreto nº 4.489, de 28 de novembro de 2002, no artigo 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, no artigo 30 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e na Instrução Normativa RFB nº 802, de 27 de dezembro de 2007, RESOLVE:
DECLARAÇÕES FISCAIS
Art. 1º – Instituir a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira (DIMOF), cuja apresentação é obrigatória para os bancos de qualquer espécie, cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo.
Art. 2º – As instituições financeiras de que trata o artigo 1º prestarão, por intermédio da DIMOF, informações sobre as seguintes operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços em conta de depósitos ou conta de poupança:
I – depósitos à vista e a prazo;
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;
III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados;
IV – resgates à vista ou a prazo.
§ 1º – As informações de que trata o caput compreendem a identificação dos titulares das operações financeiras, pelo número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), e os montantes globais mensalmente movimentados.
§ 2º – É vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a origem ou o destino dos recursos utilizados nas operações financeiras de que trata o caput.
§ 3º – Para fins do disposto no § 1º, considera-se, de forma isolada, montante global mensalmente movimentado:
I – o somatório dos lançamentos a crédito efetuados no mês, nas operações financeiras de que trata o inciso I do caput;
II – o somatório dos lançamentos a débito efetuados no mês, vinculados às operações financeiras de que tratam os incisos II, III e IV do caput.
§ 4º – Na apuração dos montantes globais mensalmente movimentados, as instituições financeiras não deverão considerar os lançamentos:
I – a débito ou a crédito referentes a estornos contábeis;
II – de juros pagos ou creditados a título de rendimento de aplicações financeiras nas contas de poupança;
III – de transferências entre contas de depósito e contas de poupança do mesmo titular.
§ 5º – Na hipótese em que a pessoa física ou jurídica seja titular de mais de uma conta de depósito ou de poupança em uma mesma instituição financeira, as informações sobre os montantes globais mensalmente movimentados deverão ser consolidadas, de acordo com os incisos I e II do § 3º, para fins de prestação de informações na DIMOF.
§ 6º – Em relação a contas de depósito ou de poupança tituladas por mais de uma pessoa física, as informações sobre os montantes globais mensalmente movimentados nas mesmas deverão ser prestadas em nome do primeiro titular.
Art. 3º – As instituições financeiras de que trata o artigo 1º estão obrigadas à apresentação das informações, em relação aos titulares das operações financeiras mencionadas no artigo 2º, quando o montante global movimentado, em cada semestre, for superior a:
I – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), no caso de pessoas físicas;
II – R$ 10.000,00 (dez mil reais), no caso de pessoas jurídicas.
§ 1º – Para fins do disposto no caput, considera-se montante global movimentado em cada semestre o somatório dos montantes globais movimentados mensalmente nos meses de janeiro a junho e de julho a dezembro, correspondendo ao primeiro e ao segundo semestres de cada ano, respectivamente.
§ 2º – Os limites mencionados no caput deverão ser aplicados isoladamente em relação a cada um dos somatórios dos montantes globais movimentados de que tratam os incisos I e II do § 3º do artigo 2º.
§ 3º – Na hipótese em que o somatório, no semestre, de qualquer um dos montantes globais movimentados de que tratam os incisos I e II do § 3º do artigo 2º seja superior aos valores estabelecidos nos incisos I e II do caput, as instituições financeiras deverão prestar as informações relativas aos demais montantes globais movimentados mensalmente, ainda que para estes o somatório semestral seja inferiores aos referidos limites.
Art. 4º – A DIMOF deverá ser apresentada, em meio digital, mediante a utilização de aplicativo a ser disponibilizado na página da Secretaria da Receita Federal do Brasil na internet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br:
I – até o último dia útil do mês de fevereiro, contendo as informações relativas ao segundo semestre do ano anterior; e
II – até o último dia útil do mês de agosto, contendo as informações relativas ao primeiro semestre do ano em curso.
Parágrafo único – Excepcionalmente, em relação ao primeiro semestre de 2008, a DIMOF poderá ser apresentada até 15 de dezembro de 2008.
Art. 5º – A alteração de declaração já entregue será efetivada mediante apresentação de declaração retificadora (DIMOF-Retificadora), que conterá todas as informações anteriormente declaradas, ainda que não sujeitas à alteração, bem assim as informações a serem adicionadas, se for o caso.
Parágrafo único – A DIMOF-Retificadora substituirá, integralmente, as informações apresentadas na declaração anterior, vedada a complementação.
Art. 6º – As instituições financeiras obrigadas à entrega da DIMOF deverão conservar cópia dos sistemas utilizados para processamento das movimentações mensais, bem como das bases de dados processadas, de forma a possibilitar a recomposição e comprovação das informações constantes na DIMOF, enquanto perdurar o direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.
Art. 7º – A não apresentação da DIMOF ou sua apresentação de forma inexata ou incompleta sujeitará a instituição financeira às seguintes penalidades:
I – R$ 50,00 (cinqüenta reais) por grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou omitidas;
II – R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário ou fração, independentemente da sanção prevista no inciso I, na hipótese de atraso na entrega da DIMOF.
§ 1º – As multas de que trata este artigo serão:
I – apuradas, considerando o período compreendido entre o dia seguinte ao término do prazo fixado para a entrega da declaração até a data da efetiva entrega;
II – majoradas em 100% (cem por cento), na hipótese de lavratura de auto de infração.
§ 2º – Na hipótese de que trata o inciso II do § 1º deste artigo, caso a instituição não apresente a declaração, serão lavrados autos de infração complementares até a sua efetiva entrega.
Art. 8º – A omissão de informações, o retardo injustificado ou a prestação de informações falsas na DIMOF configura hipótese de crime nos termos do artigo 10 da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, e do artigo 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
Art. 9º – A Coordenação-Geral de Fiscalização e a Coordenação-Geral de Tecnologia e Segurança da Informação adotarão as providências necessárias para implementação do disposto nesta Instrução Normativa.
Art. 10 – Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. (Jorge Antonio Deher Rachid)

ESCLARECIMENTO:

  • O artigo 10 da Lei Complementar 105, de 10-1-2001 (Informativo 2/2001) estabelece que a quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, aplicando-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Incorre nas mesmas penas quem omitir, retardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações requeridas nos termos da mencionada Lei Complementar.

  • De acordo com o artigo 2º da Lei 8.137, de 27-12-90 (Informativo 53/90), constitui crime contra a ordem tributária, ficando o infrator sujeito à detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa, dentre outras, fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.

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