FERNANDO DA COSTA MARQUESANEXO
PROCEDIMENTOS PARA MEDIÇÃO E CUBAGEM DE MADEIRA EM TORAS E SERRADA
1. PROCEDIMENTOS PARA MEDIÇÃO DAS TORAS
A. Os diâmetros da base e do topo serão mensurados com auxílio de trena e deverão ter os pontos de medição marcados com tinta ou giz de cera;
B. Deverá ser posicionado o marcador em formato de cruz (cruzeta) com ângulo de 90º, centralizando-o na base ou no topo da tora e tendo como ponto inicial o diâmetro maior da seção, sem considerar a casca, marcando-se o ponto de medição com tinta ou giz de cera;
C. O segundo ponto de medição será o que forma o ângulo de 90º com o primeiro, indicado no marcador (cruzeta);
D. As medidas específicas de cada tora serão anotadas em planilhas, com clareza de escrita e sem rasuras;
E. A presença de oco na tora não deve interferir nos procedimentos de medição dos diâmetros, ou seja, o volume ocupado pelo oco não será descontado, exceto no caso de descarte de até 2 metros na base da tora, devidamente autorizado pelo órgão ambiental competente; e
F. No caso de toras não uniformes, ou seja, aquelas que apresentam alguma protuberância (catana ou sapopema), a medida do diâmetro deverá ser realizada de uma das maneiras a seguir descritas:
a. Se a sapopema for menor ou igual a 1/3 da extensão da tora, sua área de influência deverá ser desprezada e a medida considerada da base será a do ponto onde ocorre a uniformidade do diâmetro, excluída a casca. Neste caso, a pintura na base da tora deve ser uma seta, que indicará que o ponto de medição foi realizado onde o diâmetro está uniforme. No ponto de medição, o diâmetro será medido utilizando-se uma fita diamétrica ou suta. Nesse local deve ser feita uma marcação com tinta ou giz de cera. Outra possibilidade é projetar na base da tora o diâmetro do ponto onde ocorre a sua uniformidade e marcar os locais de medição. Neste caso, serão tomadas duas medidas do diâmetro; e
b. Se a sapopema for maior que 1/3 da extensão da tora, a medida será realizada na base da tora (incluindo a sapopema) e no topo, como descrito anteriormente.
2. MEDIÇÃO DO COMPRIMENTO DAS TORAS
A. Para a medição do comprimento das toras, será utilizada fita métrica, que deverá ser esticada tendo como ponto zero uma das extremidades da tora (topo ou base), considerando toda sua extensão, inclusive nos casos em que a tora apresente sapopemas.
3. CÁLCULO DE VOLUME
A. O volume será calculado utilizando a fórmula de Smalian:
V = volume em m³;
Db = Diâmetro da base da tora em metro (obtido a partir da média dos diâmetros na seção - em cruz);
Dt = Diâmetro do topo da tora em metro (obtido a partir da média dos diâmetros na seção - em cruz);
L = Comprimento da tora em metro.
B. Quando da aplicação da fórmula, no caso em que a sapopema for menor ou igual a 1/3 da extensão da tora, poderá haver apenas uma medida do diâmetro da base e de duas medidas do diâmetro do topo.
C. Já quando a sapopema for maior que 1/3 da extensão da tora, o cálculo deve ser feito normalmente, utilizando as médias dos diâmetros da base e do topo.
4. MEDIÇÃO DE MADEIRA SERRADA/LAMINADA
A. A madeira processada será contabilizada de duas maneiras: por agrupamento de peças individuais de tamanhos iguais, que podem ou não estar agrupadas em fardos, ou por agrupamento de peças de tamanhos variados (fardos ou pacotes).
4.1. Madeira de tamanho uniforme
A. Os fardos (pacotes) uniformes são compostos por peças com as mesmas dimensões. Para a determinação do volume dos fardos, é necessário conhecer o volume e o número de peças, conforme fórmula a seguir:
VP= volume da peça em m³;
VF= volume do fardo em m³;
N = número de peças;
L = largura;
C = comprimento;
E = espessura.
B. A plaqueta de identificação de cada fardo (pacote) deverá ser fixada na parte superior da pilha e deverá conter as características do pacote gerado, assim como o número total de peças iguais.
C. A contagem do número de peças em cada fardo (pacote) deverá iniciar naquela peça em que a plaqueta se encontra e terminar na última peça antes da próxima plaqueta inferior.
D. As plaquetas não podem ser colocadas na lateral do fardo, pois, caso haja outro fardo próximo, a conferência dos dados poderá ser prejudicada. Caso a plaqueta se perca, deve se escrever o número do pacote com giz de cera.
4.2. Madeira de tamanhos variados
A. Os fardos mistos são compostos por peças com dimensões diferentes (espessura, largura ou comprimento), visando maximizar o aproveitamento das peças geradas ou atender a demandas de mercado. B. No mesmo fardo (pacote) pode existir mais de um comprimento de peça declarada. Contudo, essas peças com comprimentos diferentes normalmente formam lastros de comprimentos uniformes.
C. O cálculo do volume dos fardos (pacotes) de tamanho variado poderá ser feito das seguintes formas:
(1) Quando as peças forem medidas individualmente:
VP = volume da peça em m³;E = espessura;
L = largura;
C = comprimento;
VF= volume do fardo em m³;
VPs = volume das peças.
(2) Quando as peças não forem medidas individualmente:
VF = volume do fardo em m³; l = comprimento da pilha onde ocorre o maior adensamento de madeira;
lg = largura de pilha;
h = altura da pilha;
e = altura do tabique (madeira serrada de pequena dimensão colocada nos espaços entre as madeiras).