A onda de manifestações que tomou as ruas das principais cidades do Brasil nas últimas semanas mexeu com a economia do País nas mais diferentes esferas. A confiança dos consumidores caiu, o comércio fechou as portas mais cedo e governantes foram forçados a tomar medidas emergenciais. Agora, as empresas dividem a atenção dos seus clientes com a pauta dominante. As redes sociais e os veículos de comunicação tradicionais bombardeiam o consumidor com informações sobre os protestos, mas as companhias que quiserem seguir o fluxo – e relacionar sua marca às passeatas – podem não ser bem interpretadas.
“É um momento de expectativa, de apoiar a iniciativa e não se aproveitar dela. Tentar se beneficiar do ato pode ser muito mal visto pela população”, diz o CEO da agência de publicidade DPZ, Flávio Conti, que não enxerga benefícios em unir a imagem com o ato cívico. “Pode ser inoportuno e inconsequente. O protesto transcende qualquer ação comercial", afirma.
A ansiedade por continuar sendo notado em uma situação onde apenas uma pauta domina os assuntos costuma dar certo quando o contexto é leve. Utilizar dos protestos para divulgação da própria marca, no entanto, não é recomendado pelos especialistas. De acordo com Cecília Russo, sócia do Grupo Troiano de Branding, tentar tirar o foco dos protestos com outros eventos acaba sendo prejudicial à empresa. “Não estamos em um momento de celebração e até campanhas mais alegres, como utilizar a participação do Brasil na Copa das Confederações, podem perder força”.
Fonte: Istoé Dinheiro