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Etiqueta das empresas em tempos de protestos

Manifestações dominam assuntos em veículos tradicionais e nas redes sociais. A empresa deve seguir o fluxo para falar com os seus clientes?

27/06/2013 08:33

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Etiqueta das empresas em tempos de protestos

A onda de manifestações que tomou as ruas das principais cidades do Brasil nas últimas semanas mexeu com a economia do País nas mais diferentes esferas. A confiança dos consumidores caiu, o comércio fechou as portas mais cedo e governantes foram forçados a tomar medidas emergenciais. Agora, as empresas dividem a atenção dos seus clientes com a pauta dominante. As redes sociais e os veículos de comunicação tradicionais bombardeiam o consumidor com informações sobre os protestos, mas as companhias que quiserem seguir o fluxo – e relacionar sua marca às passeatas – podem não ser bem interpretadas. 

“É um momento de expectativa, de apoiar a iniciativa e não se aproveitar dela. Tentar se beneficiar do ato pode ser muito mal visto pela população”, diz o CEO da agência de publicidade DPZ, Flávio Conti, que não enxerga benefícios em unir a imagem com o ato cívico. “Pode ser inoportuno e inconsequente. O protesto transcende qualquer ação comercial", afirma.

A ansiedade por continuar sendo notado em uma situação onde apenas uma pauta domina os assuntos costuma dar certo quando o contexto é leve. Utilizar dos protestos para divulgação da própria marca, no entanto, não é recomendado pelos especialistas. De acordo com Cecília Russo, sócia do Grupo Troiano de Branding, tentar tirar o foco dos protestos com outros eventos acaba sendo prejudicial à empresa. “Não estamos em um momento de celebração e até campanhas mais alegres, como utilizar a participação do Brasil na Copa das Confederações, podem perder força”.

 
Nas redes sociais, onde o contato com os clientes é mais rápido, o cuidado deve ser ainda maior. O recomendado, aliás, é manter a mesma estratégia utilizada antes do crescimento das manifestações. “O fluxo natural tem que ser seguido. O compromisso comercial e a conversa com o consumidor continuam os mesmos”, afirma Cecília.  "Utilizar os protestos como desculpas de alguma falha pode causar efeito contrário.” 

Quem arriscou e se mostrou como apoiadora das manifestações foi a Corporação Paquetá. Veiculada nas redes sociais das marcas femininas Dumond, Capodarte, Lilly’s Closet e Ateliermix, a peça mostra uma modelo com faixas verde e amarela pintadas no rosto. Na página do Facebook da Dumond, a maior do grupo com mais de 400 mil seguidores, a postagem com a propaganda alcançou mais de 2,5 mil curtidas e quase 400 compartilhamentos. “Tivemos poucos comentários negativos, a maioria entendeu que se tratava de apoio, não como forma de aproveitamento. Somos todos favoráveis ao protesto”, afirma Leandro Mosman, gestor superintendente da Paquetá.
 
E, de fato, foi o que aconteceu. Nos comentários, alguns usuários se mostraram descontentes com a ação, acusando a empresa de oportunismo, mas em menor número em comparação aos elogios. "O intuito de não colocarmos nenhuma mensagem da empresa foi proposital. Não queríamos que parecesse um anúncio”, diz Mosman.
 

Fonte: Istoé Dinheiro

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