Na tentativa de auxiliar o Banco Central a segurar a alta de preços, o Governo - preocupado com a queda acima do esperado da produção industrial e com a inflação ainda elevada em junho - decidiu que fará um novo bloqueio de despesas do Orçamento.
O governo já havia feito um corte de R$ 28 bilhões em maio, e ainda está analisando o valor do novo corte, que poderá ser entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões. De acordo com assessores, esse é um valor suficiente para cumprir a meta de superavit primário de 2,3% do PIB.
Ainda de acordo com assessores, uma das razões apontadas pela equipe econômica sobre o fraco crescimento no início deste ano, foi causada pela inflação em patamar elevador. Mais um motivo para combater novos gastos.
Em avaliação, técnicos apontaram um recuo de 2% na produção industrial no mês de maio, o que preocupou o governo, que esperava uma queda de 1% e não seria tão disseminada.
Dados do IBGE apontam que 20 dos 27 setores da indústria registraram queda em maio na comparação ao mês anterior, inclusive o de bens de capital, o que pode sinalizar uma redução na taxa de crescimento de investimentos.
A presidente Dilma já programa uma próxima reunião com os pesos-pesadoos da economia para debater o atual cenário e analisar o que pode ser feito para tornar o crescimento mais rápido.
Para este ano, o Governo espera um crescimento de 3%. Porém, teme que o cenário internacional adverso, que pressiona o valor do dólar, e a onda de protesto façam o país crescer em média 2% neste ano.
Fonte: Folha de São Paulo