As taxas de juros das operações de crédito tiveram nova alta em julho, de acordo com pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) nesta segunda-feira (12).
Esta é a terceira alta do ano e pode ser atribuída à última elevação da taxa de básica de juros promovida pelo Banco Central no mês passado, quando a Selic avançou de 8% para 8,5% ao ano, explica o diretor executivo de estudos econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Pessoa Física
Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas pela Anefac, apenas uma se manteve estável, a do cartão de crédito – rotativo, enquanto as outras cinco foram elevadas (juros do comércio, cheque especial, CDC-Bancos-financiamento de automóveis, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).
A taxa de juros média geral para pessoa física passou de 5,45% ao mês (89,04% ao ano) em junho para 5,48% ao mês (89,69% ao ano) em julho. De acordo com a Anefac, esta é a maior taxa de juros desde novembro do ano passado.
A elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,65 ponto percentual no ano) correspondente a uma alta de 0,55% no mês (0,73% em doze meses), destaca a associação.
Pessoa Jurídica
As três linhas de crédito para pessoa jurídica pesquisadas pela Anefac apresentaram elevação em julho. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica variou de 3,09% ao mês (44,08% ao ano) em junho para 3,13% ao mês (44,75% ao ano) em julho, também a maior taxa de juros desde novembro de 2012.
A alta de 0,04 ponto percentual no mês (0,67 ponto percentual em doze meses) corresponde a uma elevação de 1,29% no mês (1,52% em doze meses).
Taxa de juros x Selic
Considerando todas as alterações da taxa básica de juros promovidas pelo Banco Central nos últimos dois anos, a Selic teve uma redução de 4 pontos percentuais (diminuição de 32%) de 12,5% ao ano em julho de 2011 para 8,5% ao ano em julho deste ano.
Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 31,52 pontos percentuais (redução de 26%), de 121,21% ao ano em julho de 2011 para 89,69% ao ano no mês passado.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma redução de 16,28 pontos percentuais (queda de 26,68%) de 61,03% ao ano em julho de 2011 para 44,75% ao ano no mês passado.
Para Oliveira, com os indicadores apontando pressões inflacionárias e com o índice oficial de inflação estando bem acima do centro da meta do Banco Central, a expectativa é de nova elevação da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom. Por conta disso, é provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.
Estados
O Paraná é o estado com taxas de juros para crediários mais alta em comparação com os locais onde o estudo é feito, com taxa média de 4,18%. Na sequência aparece Santa Catarina e Minas Gerais, ambos com taxa média de 4,16%, e rio de Janeiro (4,15%) e Rio Grande do Sul (4,14%).
Fonte: Globo.com/Informare