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Dilma propõe saídas para manter veto

Com relação à multa do FGTS, para evitar a derrubada do veto presidencial - na sessão do Congresso do dia 17 -, o governo pretende enviar ao Parlamento um projeto que mantém essa cobrança dos empregadores...

11/09/2013 10:28

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Dilma propõe saídas para manter veto

Como fizera na segunda-feira com os líderes dos partidos aliados da Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff discutiu ontem com os líderes do Senado uma alternativa para que o Congresso não derrube o seu veto ao projeto de lei que extingue a multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devida por empregadores em caso de demissão sem justa causa. O governo quer manter a multa. Outro tema da pauta foi o debate de uma proposta para ampliar o financiamento da saúde, que evite a aprovação da proposta, em discussão no Senado, de destinar 10% da receita corrente bruta da União ao setor, considerada inviável pelo Palácio do Planalto.

Com relação à multa do FGTS, para evitar a derrubada do veto presidencial - na sessão do Congresso do dia 17 -, o governo pretende enviar ao Parlamento um projeto que mantém essa cobrança dos empregadores, mas os recursos iriam para um fundo que ajudaria a financiar o programa Minha Casa Minha Vida ou poderia ser resgatado pelo trabalhador que se aposentar. Na aposentadoria, só não teriam direito a esses recursos aqueles trabalhadores que já tiverem sido beneficiados pelo Minha Casa Minha Vida.

"Essa proposta não está fechada com o Congresso, ainda. Os líderes saíram da reunião com a presidente convencidos [de que a derrubada do veto pode ser evitada], mas é preciso discutir com as bancadas", disse o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE). Atualmente, o dinheiro da multa é usado para subsidiar os contratos do programa habitacional e sua extinção traria impacto entre R$ 3,2 e R$ 3,6 bilhões por ano ao Minha Casa Minha Vida.

No caso do financiamento da saúde, a preocupação da presidente é evitar a aprovação do projeto de lei de iniciativa popular, que tramita no Congresso, obrigando o governo a repassar integralmente para a saúde pública 10% das receitas correntes brutas da União. Os 10% representariam cerca de R$ 33,5 bilhões a mais no orçamento do Ministério da Saúde, segundo parlamentares governistas.

A proposta do governo aos líderes é a seguinte: em vez de 10% da receita corrente bruta, a União seria obrigada a repassar, em até dois anos, 15% de sua receita líquida. Atualmente, segundo líderes que participaram da reunião, os recursos aplicados pelo governo federal corresponderiam a 11,8% da receita líquida. Para que esse índice chegue aos 15%, em dois anos, seria necessário um aporte de R$ 7,8 bilhões.

Esse total seria obtido basicamente por meio da vinculação de 50% dos recursos das emendas parlamentares ao orçamento da União (cuja execução passaria a ser obrigatória, pela proposta de emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Senado, o que chegaria a aproximadamente R$ 3,6 bi) e pela arrecadação com o petróleo da camada pré-sal (25% serão destinados à saúde, de acordo com lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira). No primeiro ano, esses recursos do pré-sal corresponderiam, segundo líderes, a R$ 800 milhões. O restante dos recursos seria completado pelo governo federal, de acordo com o que Dilma afirmou aos aliados.

Para a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a sequência de encontros mantida pela presidente com líderes de bancadas de apoio ao governo no Congresso foi positiva.

Segundo informou Ideli, os líderes do governo na Câmara e no Senado vão sondar as respectivas bancadas com a finalidade de buscar alternativas à derrubada de vetos. Ela não detalhou, porém, quais são essas alternativas. Hoje, a ministra deverá se reunir novamente com os líderes governistas do Congresso.

Raquel Ulhôa

Fonte: Valor Econômico

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