SÃO PAULO - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) adotou regime especial de direção fiscal na Unimed Paulistana, com a nomeação de um agente para acompanhar as atividades da cooperativa médica e analisar suas reais condições econômico-financeiras. O processo teve início na segunda-feira e pode durar até um ano.
Em nota, a ANS informou que recorre a tal regime caso uma operadora de plano de saúde apresente “anormalidades econômico-financeiras e administrativas que podem colocar em risco a continuidade do atendimento à saúde dos beneficiários”. A ANS afirma que não se trata de uma intervenção, pois o diretor fiscal nomeado não tem poder de gestão.
Em comunicado aos clientes em seu site, a Unimed Paulistana informa que “a direção fiscal assemelha-se a um processo de auditoria, na qual a ANS acompanha o desenvolvimento administrativo e financeiro da operadora”. A cooperativa também afirma que um processo semelhante já foi implementado em 2009, “com resultados positivos para a cooperativa e seus clientes”.
Durante o regime especial, a operadora deve funcionar normalmente.
No ano passado, a Unimed Paulistana registrou prejuízo de R$ 120 milhões, e os médicos cooperados foram acionados para fazer aportes em um fundo destinado a cobrir as provisões exigidas pela ANS.
Para arrumar a casa, a operadora contratou em junho o executivo Augusto Cruz, que já comandou o grupo varejista Pão de Açúcar. “Há grandes falhas administrativas nas contas médicas, que nos fazem perder o controle do faturamento”, afirmou Cruz ao Valor, em agosto.
O novo CEO da Unimed Paulistana disse que sua meta era gerar R$ 120 milhões de caixa até o fim deste ano, o que representa 6% da receita líquida. No ano passado, o caixa ficou negativo em R$ 63,6 milhões. O executivo citou uma análise feita pela PriceWaterhouseCoopers que indicou a possibilidade de reduzir os custos em 20%.
Neste ano, a previsão é que o faturamento fique próximo dos R$ 2 bilhões registrados em 2012. Um dos obstáculos ao crescimento da operadora é a proibição de vender cerca de 30 tipos de planos de saúde, que representam 30% do total de sua carteira.
Fonte: Valor Econômico