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Empresa faz sistema para espionar preço da concorrência quase em tempo real

Prestar serviço ou ser fornecedor de grandes empresas pode render contratos altos para pequenos negócios; no entanto, segundo especialistas, é preciso identificar uma oportunidade, estudar o mercado e ouvir possíveis clientes antes de investir;

04/10/2013 08:45

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Empresa faz sistema para espionar preço da concorrência quase em tempo real

Identificar problemas nas grandes empresas e oferecer a elas uma solução prática foi a motivação para o surgimento de duas "start-ups" (negócios em estágio inicial): a Precifica e a ImóvelBid.

A primeira criou um software para empresas de e-commerce monitorarem os preços dos concorrentes quase em tempo real. Já a segunda, especializou-se em vender imóveis ociosos de incorporadoras com descontos de até 35%.

De acordo com o sócio-fundador da Precifica, Ricardo Ramos, 32, a ideia do negócio surgiu ao notar que muitos varejistas faziam o acompanhamento dos preços da concorrência de forma braçal.

Segundo ele, grandes empresas têm equipes apenas para verificar se os preços de seus produtos estão equivalentes aos da concorrência. Com o software, é possível reduzir custoscom funcionários e tornar o negócio mais produtivo.

"Olhar produto por produto no site de todos os concorrentes é um trabalho demorado. O nosso programa faz isso automaticamente e entrega atualizações a cada hora", diz.

Ramos afirma que o monitoramento de preços é comum. Sem esta estratégia, as empresas correm risco de praticarem preços incompatíveis com o mercado.

"O empresário pode programar o software para que o preço dele esteja sempre R$ 10 mais barato do que o da concorrência, por exemplo. Mas, para isso, ele vai ter de estipular um valor mínimo limite para que o lucro do negócio não seja comprometido", declara.

Criada em março de 2013, a Precifica atende 40 empresas, como Lenovo, Ultrafarma e PetCenter Marginal. Cada uma delas paga em torno de R$ 2.000 por mês pelo serviço, o que gera um faturamento de, aproximadamente, R$ 80 mil. Até o fim do ano, a expectativa é completar cem clientes.

O investimento inicial, segundo Ramos, foi de R$ 5 milhões. O recurso veio da venda de sua antiga empresa de marketing digital, a Virtual Target, para a Serasa Experian, em 2011. O valor total da venda não foi revelado.

 

Site negocia imóveis 'encalhados' com até 35% de desconto

Já o fundador da ImóvelBid, Tonico Dias, 25, aproveitou a experiência de cinco anos no mercado imobiliário para abrir o negócio. O site, em operação desde agosto de 2013, negocia imóveis novos "encalhados" com descontos de até 35%.

Enquanto trabalhava para incorporadoras, Dias notou que cerca de 5% a 10% dos apartamentos de um empreendimento não são vendidos no período de lançamento e acabam gerando custos adicionais.

"Essas unidades, na maioria das vezes, ficam no térreo, no primeiro andar, na cobertura ou têm plantas menos favorecidas e, por isso, são menos procuradas", diz.

Segundo o empresário, nas imobiliárias tradicionais esses apartamentos demoram para ser vendidos porque o comprador acaba se interessando por outras opções com plantas ou localizações mais privilegiadas.

O investimento para abrir o negócio foi de R$ 2 milhões. Dias tem como sócia a empresa SuperBid, que atua no ramo de leilões de ativos. Por ter apenas dois meses de atividade, o negócio ainda não registrou faturamento.

Mas, segundo o empresário, há oito negociações em andamento e o valor médio dos imóveis é de R$ 800 mil.

"O investimento é alto porque a negociação de um imóvel leva de três a quatro meses para se concretizar e as vendas são parceladas. Enquanto a empresa não gera receita, precisamos desse capital de giro", declara.

Mídia Pane, publicidade em sacos de pão: investimento inicial a partir de R$ 19 mil (inclusos taxa de franquia + instalação + capital de giro); faturamento médio mensal de R$ 13 mil, com lucro líquido de 23% a 60% (de R$ 3.000 a R$ 8.000) e retorno do investimento em seis meses

Contratos são bons, mas dependência pode abalar negócio

Para o gerente de projetos do centro de empreendedorismo e novos negócios da FGV (Fundação Getulio Vargas), Renê José Rodrigues Fernandes, quando uma "start-up" se torna fornecedora de uma grande empresa, o valor do contrato é maior.

"Como as grandes empresas, normalmente, necessitam de serviços personalizados, o valor cobrado pelo fornecedor é elevado", afirma.

No entanto, quando a "start-up" é fornecedora de serviços para grandes empresas, o número de clientes é menor do que se ela vendesse para o consumidor final, segundo Fernandes.

"Há o risco de se tornar dependente de um cliente se ele for único ou responsável pela maior parte dos negócios. Neste caso, um rompimento de contrato pode comprometer o lucro da empresa fornecedora", diz.

A visibilidade das redes sociais levou o sex shop virtual Loja do Prazer a criar uma página no Facebook há dois anos; a empresa percebeu que a rede social poderia fortalecer sua marca e torná-la mais conhecida; nos últimos seis meses, a página da tem conquistado de mil a 1.500 curtidas por mês; não há dados sobre conversão em vendas, mas o número de acessos à loja virtual cresceu 20% desde a entrada da empresa na rede social .

Empreendedor precisar ouvir clientes antes de investir

Para o fundador da Anjos do Brasil, associação de investidores-anjos, Cássio Spina, quando um empreendedor enxerga uma oportunidade de negócio, ele precisa conversar com possíveis clientes para validar a ideia.

"Antes de sair colocando dinheiro no negócio, é preciso perguntar para o cliente se ele estaria disposto a mudar a forma como faz determinado processo e se ele aceitaria pagar por uma solução mais eficiente", declara.

Segundo Spina, muitos empreendedores pulam esta etapa, o que pode prejudicar a abertura do negócio.

"Às vezes, o problema detectado pelo empreendedor não é tão grande para uma grande empresa mudar a forma como atua. É por isso que ele precisa ouvi-las, senão corre o risco de não ter clientes", afirma.

Fonte: Uol

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