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Comerciantes relatam dificultade para expansão por causa dos tributos

Empresas podem pagar 40% de impostos a mais, se migrarem de regime. Cerca de 20 mil microempresas passariam a ser de pequeno porte.

20/11/2013 07:00

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Comerciantes relatam dificultade para expansão por causa dos tributos

Levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estima que, em 2013, 1,4 mil empresas paulistas de pequeno porte superariam o limite do faturamento anual de R$ 3,6 milhões e 20 mil microempresas ultrapassariam o teto de R$ 360 mil por ano, passando a ser uma empresa de pequeno porte. Porém, o crescimento econômico implica em mais impostos a serem recolhidos, o que acaba dificuldade de expansão.

É o que reclama a empresária Aline Buzo Coleto, proprietária de um centro de depilação e estética em Presidente Prudente. Ela relata que que quando foi abrir o próprio negócio, pesquisou e optou pelo Simples Nacional – regime de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicáveis apenas à microempresas e empresas de pequenos portes.

“Procurei o escritório do Sebrae e escolhi, já que de acordo com a minha necessidade era o mais adequado ao meu orçamento. Porém, hoje, após seis meses de empresa, gostaríamos de ampliar o nosso investimento e abrir franquias, só que o valor do imposto para uma empresa de médio à grande porte ainda é alto”, afirma.

Ela acrescenta que abrir o próprio negócio requer pesquisa e comprometimento, já que os tributos e a burocracia atrapalham o processo empreendedor. “A variação nos tributos ainda é alta, além da burocracia encontrada. Outro fator em que esbarramos é a falta de mão de obra qualificada no mercado”, analisa.

A situação da microempreendedora Silvania Fonseca Hashinaga, dona de uma loja de roupas emPirapozinho. Ela afirma que tem vontade de expandir os negócio, mas esbarra em dificuldades. “São taxas trabalhistas e impostos altos que pagamos para manter um comércio em funcionamento. Chego a pagar 18% de tributos em um comércio de pequeno porte, refletindo diretamente no lucro do negócio”, explica.

Além das taxas, a empresária diz que até para contratar funcionários temporários a exigência é grande. “Os pequenos empresários são sempre incentivados a abrirem seus negócios e saírem da informalidade, mas na prática, até para contratar funcionários, a burocracia não favorece o empregado e o patrão, já que a contratação é feita e depois do período a pessoa deve ser demitida. Não temos a oportunidade de contratar freelancers”, diz.

Dados mostram ainda que após superar o teto do Simples Nacional e migrar para outros regimes tributários as empresas podem chegar a pagar cerca de 40% a mais de impostos. Apesar deste aumento real da tributação, o consulto de finanças João Carlos Moreno acredita que o Simples Nacional ainda é um sistema vantajoso, se comparado às tributações das grandes empresas.

“Apesar desta variação no tributo, uma empresa de médio a grande porte pode destinar cerca de 40% a 45% de impostos no preço final dos produtos que o consumidor pagará. Quando a empresa passa de um patamar de crescimento para outro, consequentemente ela sentirá o impacto no valor dos impostos”, destaca.

O consultor esclarece que se uma empresa tem um faturamento de R$ 180 mil anualmente, irá recolher sobre o mês de vendas 4% de tributo. Já de R$ 180 mil a R$ 360 mil, o tributo sobe para 5,47% e de R$ 360 mil a R$ 540 mil, imposto passa para 6,84%.

E, segundo ele, acaba refletindo ao consumidor. “Conhecendo a situação das pequenas empresas, sabemos que quem paga o tributo é o consumidor final, a empresa é apenas uma intermediadora e repassa os valores para o governo”, explica Moreno.

Fonte: G1

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