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Deu o esperado: juro foi a 10%

O Banco Central (BC) confirmou ontem a principal aposta dos economistas, baseada no atual cenário de pressão inflacionária: o Comitê de Política Monetária (Copom ), reunido desde terça-feira, subiu o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic.

28/11/2013 05:43

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Deu o esperado: juro foi a 10%

O Banco Central (BC) confirmou na terça-feira ( 26/11), a principal aposta dos economistas, baseada no atual cenário de pressão inflacionária: o Comitê de Política Monetária (Copom ), reunido desde terça-feira, subiu o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,50 ponto percentual, para 10% ao ano. Foi a sexta alta seguida da taxa. 
 
A decisão foi unânime e segundo o comunicado divulgado após a reunião, "contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano". A elevação dos juros é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro; com  demanda menor, a inflação tende a ceder. 
 
“A decisão do Copom de elevar para 10% a Selic era esperada pelo mercado, mas terá implicações negativas para as atividades econômicas, cujo ritmo vem desacelerando nos últimos meses”, avalia Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) . “É preciso maior clareza e rigor da política fiscal, para que o Banco Central possa interromper a elevação da taxa de juros nos próximos meses e, inclusive, voltar a reduzir a Selic aos patamares anteriores”.
 
No entanto, segundo especialistas, o ciclo de aumento da Selic deve continuar nos primeiros meses do ano que vem.  Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o juro deve ter mais duas altas de 0,50 ponto percentual, até chegar a 11% ao ano em fevereiro. Depois disso, deve ficar estável pelo menos até o fim do ano. "O BC está apresentando uma postura mais conservadora devido às pressões inflacionárias. Com isso, dá a entender que está vigilante com a política monetária dos Estados Unidos, enquanto tenta enxugar um pouco os exageros nos gastos públicos no Brasil", diz. 


 

Combustíveis – "O mercado se pergunta até quando o Brasil vai manter seu modelo de crescimento calcado no consumo, mas com queda nas margens de lucros reais. Até quando isso será saudável? Os mercados estão sendo penalizados por isso. Também há uma antecipação da questão eleitoral", afirma Perfeito. 
 
Já Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global, prevê dois aumentos da taxa de 0,25  ponto percentual em janeiro e fevereiro do ano que vem, o que levaria a Selic para 10,5% ao ano. 
 
"A Selic deve continuar subindo porque a inflação está elevada e a perspectiva de reajuste nos preços dos combustíveis deve pressionar ainda mais", afirma. 
 
O economista diz ainda que a continuidade do aperto monetário depois de fevereiro dependerá dos resultados dos índices de preços, mas não que não é interessante para o Banco Central subir a Selic novamente para níveis superiores a 11% ao ano, tanto em função do ano eleitoral  – já que um aperto monetário aumenta o custo do crédito e não é bem visto pelos eleitores – quanto para não ver sua credibilidade abalada por colocar a taxa de volta a níveis elevados depois de tê-la reduzido ao mínimo histórico, de 7,25% ao ano, pouco tempo atrás -em outubro do ano passado. 

Escrito por DC/Folhapress

Fonte: Diário do Comércio – SP

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