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Pequenas mas preparadas para o mercado

Pesquisa do Sebrae e FNQ revela que micros e pequenas empresas têm investido mais em inovação e planejamento estratégico.

28/11/2013 11:10

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Pequenas mas preparadas para o mercado

Investir em inovação, planejamento, pesquisas de mercado, gestão. Tudo isso pode parecer coisa de empresa grande. Mas esses esforços para garantir a competitividade - ou até se manter no mercado - são cada vez mais adotados pelas micros e pequenas empresas. 

É o que revela uma pesquisa feita pelo Sebrae em parceria com a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), na qual 80% dos entrevistados afirmaram que investem em algum tipo de inovação e 62,6% em planejamento estratégico. A amostragem foi realizada com 1.163 empresas que participaram do Prêmio para Competitividade para Micros e Pequenas Empresas (MPE Brasil) nos últimos três anos. 

O estudo ainda aponta que 74,3% dessas empresas medem os resultados alcançados e 57,4% fazem análise de mercado. Outros 75,5% dos entrevistados também responderam que possuem práticas de relacionamento constantes com o público-alvo. "O empresário tem buscado empreender mais preparado, principalmente em função das exigências atuais do mercado, o aumento da competitividade e o cenário de mudanças em que o Brasil se encontra", analisa o coordenador de projetos da FNQ, Francisco Teixeira. 

A maior conscientização em buscar as estratégias de mercado, segundo Teixeira, possibilita mais chances para os pequenos empresários se firmarem nos negócios, reduzindo as possibilidades de fracasso decorrentes de ideias ou projetos inviáveis. "Dados e estudos têm mostrado que a construção de um bom planejamento estratégico e orçamentário, assim como a análise de cenários e das reais necessidades dos clientes diminuem as chances de fracasso dos negócios. A estruturação de uma empresa baseada em especulação e não em fatos acarreta problemas ao longo do negócio e esta constatação tem feito empresários buscarem internalizar valores da qualidade da gestão." 

Tanto que a pesquisa também aponta que mais da metade dos empresários entrevistados (58,3%) adotam algum modelo de gestão. "Aquele processo de gestão da grande empresa está migrando para as micros e pequenas empresas. E não há dúvidas de que as empresas que praticam algum modelo de gestão aumentam o faturamento", destaca o consultor do Sebrae do Paraná e gestor estadual do MPE Brasil, Lucas Hanh. 

Com o aumento do faturamento também surge a possibilidade de crescimento e talvez até a conversão para média ou grande empresa, o que, de acordo com Hanh, é outro ponto que requer atenção e planejamento por parte dos empresários. "O modelo de gestão vai fazer com que a empresa cresça, mas em alguns casos, se aumentar muito pode não conseguir atender adequadamente as necessidades dos clientes. É preciso focar naquilo que se almeja e ver em qual escala se pode trabalhar", orienta. 

Ele também ressalta que, embora as empresas estejam mais "antenadas", alguns mitos ainda persistem, como o da palavra inovação. "Muitas pessoas pensam que inovação é apenas investir em tecnologia ou que é preciso reformular todo o produto. Mas algumas medidas simples podem ser inovação também. Aqui em Curitiba, por exemplo, temos inovação em carrinhos de pipoca, que passaram a oferecer outros produtos como balas e doces. No caso de uma empresa, pode ser até uma simples ligação de um serviço no pós-vendas." 

Inovação há quase 30 anos

A tendência de buscar estratégias para se firmar no mercado pode até ser recente, mas em Curitiba, a criação de uma confeitaria, há 29 anos, já demonstrava a importância da inovação para pequenos negócios. 

Proprietária da Requinte, a empresária Regina Cazella conta que na época em que a confeitaria surgiu predominavam pequenos negócios familiares e geralmente informais. Por isso, o empreendimento tinha um conceito diferente, mais voltado a um perfil profissional e empresarial. 

O carro-chefe - e o que deu o aspecto inovador ao negócio - era o grande mix de produtos disponíveis, todos com fabricação própria. No começo eram cerca de 50. "Hoje são mais de 400 produtos. A inovação já faz parte da natureza da empresa", afirma Regina. 

O planejamento, segundo ela, foi fundamental e nada foi feito "no escuro". Foi preciso investir em marketing e até buscar informações fora do País. "E sempre avaliando o que de fato deu certo ou não. Às vezes você tem uma expectativa com algum produto ou estratégia, mas em alguns casos é preciso reavaliar", ressalta. 

Durante anos a empresa se manteve à frente da concorrência, segundo Regina, mas com o passar do tempo, ela percebeu que as estratégias para manter a competitividade se tornaram ainda mais importantes. "Hoje em dia é preciso ser superorganizado e cuidadoso, pois em um piscar de olhos você fica para trás."

Fonte: Folha de Londrina

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