SÃO PAULO - Recém-graduados têm feito do limão econômico a limonada da carreira. De acordo com pesquisa realizada por Emily Bianchi, professora de organização e gerenciamento da Goizueta Business School, da Emory University (EUA), quem saiu da faculdade e ingressou no mercado durante uma recessão encontrou um grau de satisfação maior no trabalho que aqueles que se formaram em anos de bonança.
A análise de dados de pesquisas sobre diplomados nos EUA entre 1974 e 2011 revelou que os formados em tempos de vacas magras sofreram menos em relação aos resultados que obtiveram na empresa e se tornaram mais gratos por seus empregos, segundo divulgou o Financial Times.
De acordo com a professora, os que se formam em meio a um cenário de pujança alimentam ideias relacionadas a oportunidades perdidas que evocam arrependimento. Por outro lado, quando há menos oportunidades, diz, as pessoas tendem a otimizar o que têm em mãos em vez de dar importância àquilo que não possuem.
Além disso, conseguir uma colocação em uma conjuntura em que há menos vagas e a competição é mais acirrada por elas faz com que esse trabalho seja mais valorizado do que aquele obtido quando os empregadores estão em busca de trabalhadores “bem educados”, nas palavras de Bianchi.
O estudo mostra ainda que a influência das condições macroeconômicas do começo da carreira tem efeito de longo prazo. Pessoas que se formaram em tempos mais desafiadores estavam mais satisfeitas com seus trabalhos mesmo anos mais tarde em relação à entrada no mercado.
Fonte: Valor Econômico