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Empresários agora culpam governo, e não BC, por juro alto

Entidades veem perspectivas fracas para 2014 e cobram redução de gastos do governo

30/11/2013 01:37

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Empresários agora culpam governo, e não BC, por juro alto

TONI SCIARRETTA

Normalmente após um aumento de juros, empresários da indústria e do comércio saíam em coro para criticar o que chamavam de miopia e de radicalismo do Banco Central para controlar uma possível expectativa de inflação.

O discurso agora é outro: a inflação é fato, e não mais expectativa. E a culpa é do governo, que não faz a lição de casa nem corta os próprios gastos para permitir ao país ter juros menores.

"Uma coisa é fazer aumento de juro preventivo, e outra bem diferente é subir depois que a inflação já aumentou", disse Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

"Falta fazer aquilo que todo mundo faz, que faço na minha empresa e que as pessoas fazem em suas casas: gestão de gasto e de eficiência."

"O que todo empresário quer é redução de impostos. E isso fica cada vez mais longe. Não dá para falar em reforma tributária sem falar em corte de gastos. Fica uma discussão estéril", disse Guilherme Merces, gerente de economia da Firjan (federação das indústrias do Estado do Rio).

As críticas à política econômica do governo fizeram parte também dos comunicados à imprensa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da Fiesp (que reúne a indústria de São Paulo).

Segundo André Ribeiro, economista da Fiesp, as entidades não combinaram de fazer apologia àquilo que o secretário do Tesouro, Arno Agostin, chama de "terrorismo fiscal" do mercado.

"Não precisou combinar nada. CNI, Firjan e Fiesp fazem parte do mesmo grupo. É o grupo que espera, há dois anos, o governo dizer que o pior já passou e que agora vai melhorar. Não dá para melhorar fazendo o de sempre. O que vamos fazer diferente? Cortar gasto para aumentar o investimento", disse.

Para Amato, da ACSP, a mudança no discurso das entidades de classe reflete um "desânimo generalizado" com as perspectivas para a economia em 2014.

"Ninguém espera uma catástrofe, mas 2014 será outro ano difícil. E só isso já é uma notícia muito ruim", disse.

Toni Sciaretta 

Fonte: Folha de São Paulo

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