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BNDES empresta mais, mas pedidos de novos financiamentos caem

Principal fonte de crédito para o investimento no país, o BNDES emprestou 35% mais de janeiro a outubro (em relação ao mesmo período do ano passado), mas os pedidos de novos financiamentos já perdem força.

10/12/2013 13:19

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BNDES empresta mais, mas pedidos de novos financiamentos caem

Principal fonte de crédito para o investimento no país, o BNDES emprestou 35% mais de janeiro a outubro (em relação ao mesmo período do ano passado), mas os pedidos de novos financiamentos já perdem força. Os números do banco estatal estão em linha com o desempenho da economia, que esfriou no terceiro trimestre e tende a crescer pouco de outubro a dezembro.

Em sintonia com a freada nos investimentos no PIB (que tiveram queda de 2,2% do segundo para o terceiro trimestre e ditaram a retração do PIB de 0,5% no período), as consultas para novos financiamentos caíram 11% de janeiro a outubro, totalizando R$ 222,5 bilhões.

Empréstimos aprovados anteriormente garantiram um bom desempenho do investimento na economia no primeiro semestre, quando empresários ainda estavam um pouco mais confiantes.

Segundo o BNDES, o recuo das consultas "deve-se à alta base de comparação, uma vez que, no segundo semestre do ano passado, houve forte concentração de projetos". O banco cita os pedidos para linha de crédito de apoio ao investimento dos Estados, cuja Fazenda mandou segurar por conta do receio do endividamento das Unidades da Federação num cenário de reavaliação da nota de risco da dívida brasileira e da dificuldade em fechar a meta de superávit primário --para qual Estados também contribuem.

O banco diz ainda que haviam dado entrada no ano passado "grandes investimentos ligados aos setores de petróleo e gás, energia elétrica e aeroportos", o que não se repetiu neste ano.

Para Claudio Leal, superintendente de Planejamento do BNDES, a linha de crédito de Estados, de R$ 20 bilhões, e a ausência desses grandes empreendimentos foram "determinantes" para a menor demanda por crédito do banco. Não fossem esses fatores, diz, as consultas ficaram perto de uma estabilidade. "Podemos falar em uma acomodação, mas não em uma queda."

Apesar dessa "acomodação", o BNDES emprestou R$ 146,8 bilhões entre de janeiro e outubro deste ano, com alta de 35% na comparação com mesmo período de 2012 graças à já empréstimos fechados. Leal diz que o banco chegará, ao final de dezembro, com desembolsos de R$ 190 bilhões, cifra já projetada pela instituição para 2013. O orçamento para 2014 tende a ser reduzido para R$ 150 milhões diante dos já anunciados menores aportes de recursos do Tesouro para reforçar o caixa do banco estatal.

INFRAESTRUTURA

Para Leal a "acomodação" do investimento é "passageira" e o banco receberá novas consultas, por exemplo, das recentes concessões de rodovias e aeroportos assim que forem assinados os contratos e também outros empreendimentos a serem licitados --como portos.

Os empréstimos para o setor de infraestrutura cresceram de 31% (R$ 47,3 bilhões), acima da alta de 19% para a indústria (R$ 44,7 bilhões). Os dois são os ramos que mais recebem recursos do banco.

Leal disse que o "foco" do banco em 2014 será infraestrutura. O executivo disse ainda que o banco irá alterar os percentuais de apoio a alguns setores que podem se financiar no mercado no próximo ano. A ideia é "calibrar" melhor e "dosar os percentuais" de financiamento ao investimento dos diversos setores, observando sua importância e facilidade de acesso a crédito, entre outros fatores.

Fonte: Folha de São Paulo

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