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Setor de serviços concentra entrada de aportes externos

O setor de serviços concentrou, de janeiro a outubro, a maioria dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em participação de capital de empresas, com 49,7%.

12/12/2013 13:17

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Setor de serviços concentra entrada de aportes externos

Paula de Paula

O setor de serviços concentrou, de janeiro a outubro, a maioria dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em participação de capital de empresas, com 49,7%. O segundo setor que mais recebeu aportes no período foi a indústria com 33,3% seguido por agropecuária com 16,5% do total. No mesmo período de 2012 a predominância também estava no setor de serviços mas com uma maior participação, de 51,9%. Indústria detinha 36,7% e agropecuária, 10,8%.

Para o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecaf), Mário Amigo, o governo tem feito um esforço para incentivar os investimentos em infraestrutura e de outros setores e isso pode abrir espaço para balancear melhor os investimentos. Apesar de considerar o esforço do governo, o especialista acredita que existem outros fatores que podem tirar o apetite dos investidores como um ajuste fiscal.

"A visão estrutural do Brasil deu uma piorada, os investimentos são preponderantemente em outros setores por uma falta de oferta, deve haver um sinal de rebalanceamento, uma distribuição maior e mais completa, mas é difícil determinar se vai haver aumento no composto do final de 2014, não é fácil prever", disse.

"O ano que vem é ano de eleição, é um ano em que se pressiona o gasto público e é muito difícil mensurar que tenhamos uma redução", completou.
Dentre os subsetores, comércio, exceto automóveis, é o principal grupo dentro de serviços, com 13,4%. Na indústria, produtos químicos foram os que tiveram maior participação com 4,5%. Em agropecuária, a extração de petróleo e gás natural foram responsáveis por 10,6%.

O economista da Fundação Instituto de Administração (FIA), Carlos Honorato, minimizou as consequências dos leilões de infraestrutura que devem ocorrer em 2014. Para ele, existem questões do ponto de vista regulatório então "a gente vai cair no plano de atraso do governo, no caso de rodovias e aeroportos que são os 'filés' do mercado já aconteceram os leilões, o Brasil ainda atrai e vamos ter uma atração maior pela Copa do Mundo. Há boas oportunidades mas o mercado não está seguro que são as melhores regras e está reticente", disse.

O especialista da FIA disse acreditar que é um problema o Brasil contar com os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) para financiarem o déficit de conta corrente, até outubro o dado se concentrou em US$ 49,1 bilhões. No mesmo período do ano passado os Investimentos Estrangeiros Diretos eram de US$ 55,3 bilhões.

"O Brasil é um bom negócio, em ano de eleição vai aumentar o déficit em conta corrente, o que vai fazer o mercado olhar com mais desconfiança ainda, não acho que vai haver uma grande queda do volume de investimentos, mas a gente não vai conseguir atrair tantos investimentos a mais", colocou.

O economista também lembrou que os juros básicos estão mais altos, em 10% ao ano.
"A Selic deve conter a inflação, não acho que tenha uma correlação direta com a entrada de investimentos mas se a gente continuar aumentando demais os juros, a condição do risco e de investimentos vão diminuir, há muito apetite no ano que vem para aproveitar a Copa do Mundo, o problema depois é pagar essa conta que deve acontecer em 2015 e em 2017, depois das Olimpíadas", completou o especialista da FIA. 

Paula de Paula

Fonte: DCI

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