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Copa e eleição, riscos à economia

O ano de 2014 pode terminar com derrota do Brasil. Não do time, mas do País.

16/12/2013 00:25

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Copa e eleição, riscos à economia

O ano de 2014 pode terminar com derrota do Brasil. Não do time, mas do País. A Copa do Mundo, principal evento marcado para o ano que vem, não representa uma vantagem para o conjunto do varejo nacional. Considerados pontos positivos e negativos, dá empate. Já a eleição presidencial significa claramente um risco à economia e pode resultar em desastre para as contas públicas. Além disso, 2014 será um ano em que as contas externas brasileiras continuarão a se deteriorar. Esta é a principal conclusão do Boletim de Conjuntura elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e divulgado no fim de semana. O documento traz as perspectivas para a economia em 2014, um ano que, antes de começar, inspira preocupações.

"As perspectivas para o próximo ano não parecem ser muito diferentes (da realidade de 2013), pois a economia brasileira aparentemente 'esgotou' sua capacidade de crescer pelo lado do consumo", afirma o Boletim na primeira de suas seis páginas. Em seguida, o texto ressalta que o campeonato de futebol deverá produzir apenas benefícios parciais em alguns setores do comércio, prejudicando, por outro lado, demais segmentos por causa das paralisações previstas nos dias dos jogos.

"A Copa do Mundo deverá produzir efeitos em setores e regiões específicas, porém sem afetar de forma relevante o varejo como um todo devido aos feriados e paralisações que deverá provocar", diz o Boletim de Conjuntura.

O documento do Instituto Gastão Vidigal é especialmente crítico ao analisar o futuro das finanças públicas no Brasil. Neste sentido, 2014 poderá ser um desastre. "As perspectivas para o próximo ano continuam desanimadoras, pois dificilmente haverá arrefecimento e melhora da qualidade do gasto público em um ano de eleição presidencial, o que redundará em um setor público crescentemente endividado", diz o Boletim. Além da campanha da presidente Dilma pela reeleição, em 2014 haverá eleições para os governos dos estados. Governadores costumam ampliar também os seus os gastos.

Financiamento

O documento observa, por isso, que esta realidade poderá "colocar o Brasil em cenário preocupante com aumento do risco-País, frente à possibilidade de reversão da política monetária norte-americana, o que reduziria o financiamento externo do comportamento nada austero da política fiscal." O texto faz menção à perspectiva de que o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) deve reduzir a política de estímulo à economia em 2014. Essa mudança terá impacto direto sobre os países emergentes, como o Brasil, por tornar investimentos nos EUA mais atrativos.

O Boletim denuncia que a herança de 2013 não é boa. "Não só o incremento das despesas públicas é excessivo, como também sua 'qualidade' continua se deteriorando, com os gastos em investimentos em infraestrutura crescendo relativamente menos que as despesas correntes."

O texto cita, para ilustrar, as despesas galopantes da Previdência e do Fundo de Amparo ao Trabalhador, onde se destaca o seguro-desemprego.

Contas externas

As contas externas do País vão continuar a se deteriorar no ano que vem, a exemplo do que ocorreu ao longo de 2013. O Boletim de Conjuntura afirma que o déficit em transações correntes do balanço de pagamentos do País (exportações menos importações de bens e serviços) acumulou até novembro US$ 67,5 bilhões – valor cerca de 70% superior ao registrado em igual período de 2012. O documento, então, conclui: "Enquanto não for adotada uma política econômica que privilegie o aumento da competitividade das exportações brasileiras, visando a alcançar elevados saldos comerciais, será difícil esse quadro de deterioração das contas externas se modificar, com reflexos negativos sobre a percepção de risco dos investidores externos."

Fonte: Diario do Comercio

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