Aproximadamente 180 jovens do segundo ano do Ensino Médio deram o primeiro passo para uma carreira empreendedora em Fortaleza. Formados pelo programa Miniempresa, um dos projetos realizados pela Junior Achievement no Ceará, eles vivenciaram na pele a experiência de comandar um negócio e comercializar produtos desenvolvidos ao longo de um semestre de capacitação pela entidade.
Somente neste ano, foram 795 jovens qualificados no Ceará, com apoio da Secretaria de Educação do Governo do Estado. Durante 15 jornadas semanais, grupos de 40 alunos de escolas profissionalizantes do Estado escolheram um produto para ser comercializado, venderam ações para conseguir o capital necessário, realizaram estratégias de marketing e vendas, além de atuarem na área de recursos humanos. Ainda na empresa não formalizada, montada apenas por experimento, os jovens utilizaram a verba arrecadada para comprar matéria-prima, pagaram salários, comissões e separaram impostos.
Para o executivo do Grupo Edson Queiroz e presidente do Conselho Consultivo da Junior Achievement no Ceará, Igor Queiroz, um dos maiores entraves do projeto é a captação de empresas parceiras dispostas a investir financeiramente, desafio que vem sendo conquistado.
“Os alunos mostraram sua capacidade e provaram que os sonhos podem se tornar realidade. O maior desafio é ter as escolas como parceiras, porque precisamos chegar à diretora e vender o projeto, conseguir os voluntários e captar empresas que sejam mantenedoras, doando dinheiro para a causa”, destaca.
Entre algumas instituições apoiadoras do projeto, estão Indaiá, TV Verdes Mares, Pague Menos, Grupo Majela, Universidade de Fortaleza (Unifor) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Atuação no mercado
Com o objetivo de viverem a atuação no campo de forma concreta, os alunos participam de uma feira e comercializam os produtos fabricados. “Eles têm contato com o consumidor e vivem dentro do ambiente comercial aprendendo como a concorrência faz”, acrescenta a diretora executiva da entidade, Ana Lúcia Coelho.
É o caso da Reciclic, liderada pelo estudante da escola Onélio Porto, Pedro Bruno Araújo (17). A miniempresa foi responsável pelo desenvolvimento e comercialização de suportes para notebooks fabricados com cano de PVC. “Como presidente da instituição, aprendi mais a parte de liderança e o empreender. Vivi as dificuldades e o prazer de vencer as barreiras. Tenho vontade de ser empresário e, como presidente da miniempresa, senti na pele como é coordenar meus diretores e funcionários. Daqui para frente, se Deus quiser, serei empresário. Ainda estou pensando em qual ramo devo seguir”, relata o estudante, vencedor do prêmio Melhor Presidente.
Já o aluno da escola Juarez Távora, Felipe Pompeu (16), comemora a venda de 108 difusores de ambientes e a vitória da categoria Melhor Produto. “Foi feito um calendário e passamos um mês pensando e depois produzindo. Trabalhar em conjunto foi muito bom”, avalia.
Expansão
A atuação dos alunos vai além do projeto. Para alguns deles, a capacitação virou realidade e hoje garante o sustento financeiro, destaca Ana Lúcia.
“Aqui no Ceará, temos empresárias no ramo de confecções que começaram na Miniempresa. Elas também produzem sandálias personalizadas para eventos. Temos outro caso de seis alunos que se reuniram depois do programa e prestam serviço. Eles fazem cenários para teatro, shows, apresentação de dança e iluminação. Há ainda outra pessoa que era de uma escola municipal, deu continuidade ao projeto fazendo biscoitos e chocolates e atualmente fornece para grandes delicatessens de Fortaleza”, comemora.
Fonte: Diario do Nordeste
